O corpo representado por mulheres atletas de Body Building

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Alexandrino, Daniela Fantoni de Lima lattes
Orientador(a): Ferreira, Maria Elisa Caputo lattes
Banca de defesa: Mourão, Ludmila Nunes lattes, Coelho Filho, Carlos Alberto de Andrade lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação Física
Departamento: Faculdade de Educação Física
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3985
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo identificar a representação de corpo das atletas femininas praticantes de Body Building. Para tanto, foi utilizada a pesquisa descritiva de cunho qualitativo que se configurou como um dos mais adequados métodos para se atingir os objetivos propostos, adotando-se como instrumentos o estudo de referenciais teóricos, entrevistas e observação. A amostra foi composta por 9 mulheres atletas de Body Building, tendo como critérios de inclusão os seguintes itens: demonstrar motivação e vontade de participar da pesquisa e participar ou ter participado de competições oficiais no Brasil. Foram entrevistadas também 1 bioquímica, 1 endocrinologista e 1 nutricionista para melhor embasar este estudo. Para tratamento dos dados utilizou–se a análise de conteúdo, proposta por Bardin (2008). Dentre as mulheres atletas entrevistadas, a idade média foi de 31 anos. 1 mulher solteira, 5 casadas, 2 divorciadas e 1 desquitada. 2 relataram ter filhos. O tempo médio de permanência nesse esporte foi de 6,33 anos. Das 9 atletas entrevistadas, 1 pertence à categoria Fitness, 2 ao Body Fitness, 2 ao Fisiculturismo e 4 ao Figure. Através das entrevistas ficou evidente que para essas atletas é atribuído ao corpo a principal fonte de felicidade e realização, dessa forma o corpo é visto como a principal fonte de vida dessas mulheres, e o mesmo assume o caráter de recompensa, de prêmio e de status social, e que para isso estão dispostas a qualquer tipo de exposição à programas de atividade física e ao uso indiscriminado de substancias lícitas (suplementos alimentares) e ilícitas (esteróides anabolizantes), assumindo riscos à saúde. Ficou visível a influência da mídia na divulgação do corpo idealizado, o que contribui para que a busca por um corpo tido como “perfeito”, para esse público, se acentue. Tais recursos ergogênicos, em especial os anabolizantes, são os responsáveis para que o corpo da mulher fique mais virilizado, assumindo aspectos masculinizantes. Concluiu–se, portanto, que as atletas de Body Building representam seus corpos como objeto passível de transformação e que é através dele que buscam conquistar a felicidade plena. Porém, ao adotarem tal significado, levam-nos a repensar o “corpo” tal como tem sido abordado pelos meios de comunicação de massa, tanto em propagandas como em programas assistidos por milhares de jovens à procura de um “ideal” de beleza.