Avaliação da pressão de perfusão ocular no repouso e durante exercício físico resistido nos filhos de pacientes com glaucoma primário de ângulo aberto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Andrade, Diana de Medeiros lattes
Orientador(a): Martinez, Daniel Godoy lattes
Banca de defesa: Lima, Jorge Roberto Perrout de lattes, Lacordia, Marta Halfeld Ferrari Alves lattes, Pereira, Natália Portela lattes, Merola, Rafael Vidal lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação Física
Departamento: Faculdade de Educação Física
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16760
Resumo: Hereditariedade e baixos valores de pressão de perfusão ocular (PPO) são considerados importantes fatores de risco para desenvolvimento de glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA). Embora o exercício físico aumente a PPO, ainda não se conhece o comportamento dessa variável em indivíduos com histórico familiar para GPAA (HF+). Trata-se de um estudo experimental, transversal, controlado, cujo objetivo foi avaliar o comportamento da PPO sistólica (PPOs), diastólica (PPOd) e média (PPOm) no repouso e durante o exercício físico em indivíduos jovens HF+ e comparar a indivíduos sem histórico familiar para GPAA(HF-). Foram avaliados 34 voluntários, sendo 17 HF+ e 17 HF- pareados por idade. O protocolo consistiu de 3 minutos de repouso, 3 minutos de exercício físico de preensão manual a 30% da contração voluntária máxima (CVM) seguido de 3 minutos de recuperação. A pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM) foram aferidas pelo Dixtal® e a pressão intraocular (PIO) pelo tonômetro de aplanação de Goldmann durante as fases de repouso, exercício físico e recuperação. A PPOs foi calculada pela diferença entre PAS e PIO; a PPOd foi calculada pela diferença entre a PAD e a PIO; e a PPO média foi calculada pela diferença entre 2/3 PAM e PIO. Como resultado, o grupo HF+ apresentou valores basais de PPOs, PPOd e PPOm significativamente inferiores ao grupo HF- (PPOs: olho direito: 96±9 mmHg vs. 110±9 mmHg, P<0,001; olho esquerdo: 97±9 mmHg vs. 110±9 mmHg, P<0,001. PPOd: olho direito: 49±6 mmHg vs. 60±8 mmHg, P<0.001; olho esquerdo: 50±5 mmHg vs. 60±7 mmHg, P<0,001. PPOm: olho direito: 38±4 mmHg vs. 47±5 mmHg, P<0,001, olho esquerdo: 39±3 mmHg vs. 46±5 mmHg, P<0,001, respectivamente), embora a PIO basal não tenha apresentado diferença significativa entre os grupos (olho direito=0,487; olho esquerdo: P=0,817). Durante o exercício físico, os grupos HF+ e HF- apresentaram aumento significativo da PPOs, PPOd e PPOm no olho direito (120±14 mmHg vs. 128±17 mmHg, P<0,001; 67±9 mmHg vs. 75±12 mmHg, P<0,001; 51±7 mmHg vs. 57±9 mmHg, P<0,001, respectivamente) e no olho esquerdo (120±14 mmHg vs. 128±16 mmHg, P<0,001; 67±9 mmHg vs. 75±11 mmHg, P<0.001; 51±7 mmHg vs. 57±8 mmHg, P<0,001, respectivamente). Entretanto, o grupo HF+ manteve valores significativamente mais baixos de PPOs, PPOd e PPOm comparados ao grupo HF- no olho direito (P=0,012, P=0,001, P=0,002, respectivamente) e no olho esquerdo (P=0,011, P=0,001, P=0,002, respectivamente) durante todo o protocolo experimental. A porcentagem de aumento na PPOm no grupo HF+ foi maior em comparação com o grupo HF- durante o exercício físico (olho direito: 34,1 ± 15,9% vs. 22,1 ± 13,2%, respectivamente; P = 0,025; olho esquerdo: 33,2 ± 17,7% vs. 22,4 ± 13,7%, respectivamente, P = 0,056). Na recuperação os valores de PPOs, PPOd e PPOm de ambos os grupos retornaram aos valores basais. Dessa forma conclui-se que, em repouso, PPOs, PPOd e PPOm foram significativamente inferiores no grupo HF+. Além disso, PPOs, PPOd e PPOm aumentaram durante o exercício físico em ambos os grupos, porém o grupo HF+ apresentou valores absolutos menores e reposta percentual maior durante o protocolo experimental.