(Con)figurações da inocência na literatura brasileira: nação, identidade e colonialismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pinto, Andressa Marques lattes
Orientador(a): Faria, Alexandre Graça lattes
Banca de defesa: Santos, Claudete Daflon dos lattes, Carrizo, Silvina Liliana lattes, Patrocínio, Paulo Roberto Tonani do lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00111
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15030
Resumo: A tese desta pesquisa é que o signo da inocência pode ser um operador fecundo para se pensar a formulação das ideias de nação e identidade na literatura brasileira. Tal proposta se sustenta porque inocência é signo interligado à concepção de brasilidade/brasileiro desde 1500, com a invasão portuguesa, quando houve a inserção no contexto global do território que hoje vem a ser o Brasil. A inocência da gente nativa era evidenciada na “Carta” de Caminha e, desde então, esse traço vem sendo (re)desenhado pelas penas que se propuseram a representar o Brasil e seu povo. A problemática que envolve tal representação ocorre porque a afirmação da inocência, desde o primeiro momento, é uma estratégia que camufla um processo altamente violento de dominação e de apagamento do outro. Por isso, parte-se da hipótese de que a sua reiteração e atualização ao longo da tradição literária serve para perpetuar um discurso de dominação, de apagamento e silenciamento do outro. Diante disso, a hipótese central que se pretende demonstrar é que a afirmação da inocência é uma estratégia do discurso hegemônico/colonialista que serve para camuflar, no âmbito do discurso, as origens fundamentais da violência no Brasil, seja ela estrutural ou conjetural, e, portanto, serve à sua manutenção. Para discutir tais questões, mobilizou-se um corpus teórico que investiga e problematiza os conceitos de nação, identidade, colonialismo e literatura, tais quais Silviano Santiago, Benedict Anderson, Homi Bhabha, Stuart Hall e Walter Mignolo. O corpus literário eleito para análise privilegia autores como Pero Vaz de Caminha, José de Alencar, Visconde de Taunay, Machado de Assis, Rubem Fonseca e Ferréz, além do tangenciamento da obra de autores como Manuel Antônio de Almeida, Lima Barreto e Mário de Andrade.