Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Dornelas, Bruno Rabite
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Orientador(a): |
Silva, Lilian Pinto da
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Banca de defesa: |
Martinez, Daniel Godoy
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Almeida, Leonardo Barbosa de
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional
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Departamento: |
Faculdade de Fisioterapia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11955
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Resumo: |
A obesidade é considerada uma doença cardiometabólica de etiologia complexa e multifatorial, caracterizada pelo excesso de massa corporal e que pode cursar com grandes prejuízos à saúde. Esta condição repercute em alterações da mecânica e complacência pulmonar, podendo provocar sintomas como dispneia e está associada a relatos de fadiga. Além dos sintomas associados, a obesidade pode contribuir para uma pior qualidade de vida, devido às limitações e estigmas impostos pelo excesso de massa corporal e suas comorbidades. O tratamento da obesidade inclui desde tratamento medicamentoso e mudanças no estilo de vida até o procedimento cirúrgico bariátrico. A cirurgia bariátrica pode ser realizada por meio das técnicas de videolaparoscopia ou laparotomia, onde a primeira consiste em uma técnica minimamente invasiva e a segunda em uma incisão abdominal com diâmetro maior para a manipulação do estômago. A cirurgia por videolaparoscopia foi um dos avanços mais consideráveis para o procedimento bariátrico, uma vez que a laparotomia, estaria associada a maiores relatos de dor no pós operatório, tempo de internação prolongado, alto risco de infecção e maior taxa de mortalidade. Apesar de todos os benefícios do tratamento cirúrgico como a perda de massa corporal e resolução de comorbidades associadas, esta conduta pode causar diversas complicações pós cirúrgicas, incluindo a persistência de sintomas como dispneia e fadiga que podem repercutir negativamente na qualidade de vida. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi investigar os sintomas dispneia e fadiga em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica por videolaparoscopia ou laparotomia um ano após o procedimento e comparar estes sintomas, bem como a perda de massa corporal entre os dois tipos de cirurgia. Além disso, investigar a existência de associação entre dispneia, fadiga e perda de massa corporal com a qualidade de vida considerando-se os dois tipos de cirurgia. Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo e longitudinal, envolvendo adultos, de ambos os sexos, submetidos a cirurgia bariátrica por laparotomia ou videolaparoscopia nos hospitais que realizam este procedimento no município de Juiz de Fora, Minas Gerais. Todos os hospitais que realizam este tipo de procedimento foram contatados e convidados a colaborar com a pesquisa, sendo que dois deles aceitaram participar e ofereceram as informações necessárias para desenvolvimento do estudo. Após análise das informações recebidas, os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica nos últimos 10 a 14 meses foram contactados e convidados para a participação no estudo. Aqueles que aceitaram e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido foram submetidos a uma anamnese presencial e posteriormente tiveram as variáveis do estudo avaliadas por meio da resposta aos seguintes instrumentos auto aplicáveis: MRC (dispneia), EICF (fadiga) e BAROS e SF-36 (qualidade de vida). Cinquenta e um sujeitos com idades entre 24 e 51 anos (36,4 ± 1,1 anos) e a maioria do sexo feminino (68,6%) participaram do estudo. Os escores médios de dispneia encontrados um ano após a cirurgia realizada por videolaparoscopia e laparotomia foram 2 ± 1 e 1 ± 1 respectivamente. Os escores médios obtidos para a experiência de fadiga foram de 18 ± 1 e 18 ± 1 um ano após a cirurgia realizada por videolaparoscopia e laparotomia, respectivamente, enquanto um os escores médios para os impactos da fadiga foram 31 ± 3 e 32 ± 3, respectivamente. Foi encontrada diferença significativa na perda de massa corporal entre a cirurgia por videolaparoscopia e por laparotomia (37,9 ± 9,3 kg vs. 47,5 ± 12,3 kg; P<0,01), respectivamente, sem diferenças significativas para as demais variáveis comparações em relação ao tipo de cirurgia. Além disso, não foi observado correlação significativa entre os sintomas dispneia e fadiga e a perda de massa corporal com a qualidade de vida um ano após a cirurgia, para as duas técnicas cirúrgicas empregadas. Os achados do presente estudo sugerem que os sintomas de dispneia e fadiga, bem como a qualidade de vida não diferem entre pacientes submetidos a cirurgia bariátrica por videolaparoscopia ou laparotomia um ano após o procedimento. A eficácia da cirurgia bariátrica na redução da massa corporal e resolução de comorbidades associadas a obesidade foi confirmada. |