Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Botelho, Laura Silveira
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Orientador(a): |
Silva, Marta Cristina da
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Banca de defesa: |
Lousada, Eliane Gouvêa
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Castanheira, Maria Lucia
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Weiss, Denise Barros
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Lima, Carmen Rita Guimaraes Marques de
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2286
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Resumo: |
Com o crescente aumento do número de vagas nas universidades do país, as discussões sobre a escrita e a leitura dos discentes no ensino superior ganharam certa visibilidade. Não é pouco comum ouvir professores reclamarem que seus alunos não sabem ler e escrever. Infelizmente, tornou-se quase um senso comum a ideia de que bastaria o fato de o aluno ser aprovado em processos seletivos para que as habilidades de leitura e escrita já estivessem suficientemente desenvolvidas, como se ler e escrever fossem atividades aprendidas apenas em uma etapa pontual da escolarização. Acreditamos que as diferentes capacidades de linguagem (BRONCKART, 1999) devem ser desenvolvidas, por meio dos gêneros, não só na etapa escolar do aluno, mas, também, quando esse aprendiz está no ensino superior, diante do desafio de usar adequadamente determinados gêneros que são fundamentais para a sua vida acadêmica, mas que, na verdade, não lhe são familiares ou nunca foram objeto de estudos antes. Nessa perspectiva, o objetivo central deste trabalho, inserido no campo da Linguística Aplicada, é investigar a natureza das dificuldades apresentadas pelos alunos de uma faculdade particular no processo de escrita da monografia como trabalho de conclusão do curso de Pedagogia. Para cumprir esse objetivo, realizamos uma pesquisa qualitativa interpretativista de cunho etnográfico (ERICKSON, 2003; ANDRÉ, 2008). Como objetivos subjacentes, temos: a) identificar as dimensões escondidas no processo de construção da monografia; b) verificar como é feita a inserção de vozes e do ponto de vista na monografia; c) discutir as relações de poder presentes na escrita desse gênero em uma dada comunidade discursiva. O embasamento teórico apoia-se nos pressupostos do grupo de Novos Estudos de Letramento (STREET, 2003, 2007, 2010; LILLIS; SCOTT, 2008) e sua vertente teórica conhecida como Letramentos Acadêmicos (LEA, 2006; LILLIS, 1999; LEA, STREET, 2014; IVANIC, 1998), que compreende o letramento não meramente como uma habilidade técnica e neutra, mas uma prática de cunho social, sempre envolta em princípios epistemológicos socialmente construídos. Também, adotamos a perspectiva dialógica de linguagem de Bakhtin (2010) ao defendermos a relevância da dimensão social do gênero. O Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 2009), por meio de seu viés didático, contribui com o conceito de capacidades de linguagem na proposta de construção de uma definição do gênero monografia (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004, CRISTOVÃO; STUTZ, 2011). Com a coleta de dados (gravação em áudio), que foi realizada durante as aulas da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, buscamos encontrar categorias que mapeassem as dificuldades dos alunos em relação ao gênero pesquisado. Além disso, analisamos partes de uma das monografias e entrevistamos alunos e professores de modo a triangular melhor os dados. Os resultados sinalizam que as dificuldades no processo de produção estão mais relacionadas aos aspectos sociodiscursivos (por exemplo, falta de apropriação de elementos relativos à pesquisa, relações de poder na Academia, processo de construção de identidade por meio da escrita) do que propriamente linguísticos e textuais (como questões formais e organização do plano global do texto). |