Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Dias, Leone Mendes
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Orientador(a): |
Alves, Marcelo da Silva
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Banca de defesa: |
Pereira, Maria Odete
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Almeida, Geovana Brandão Santana
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Salimena, Anna Maria de Oliveira
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Araújo, Meiriele Tavares
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Enfermagem
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Departamento: |
Faculdade de Enfermagem
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10330
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Resumo: |
A dependência de Substâncias Psicoativas é um grave problema de saúde pública mundial, com ônus para o indivíduo, a família e a sociedade. Nessa perspectiva, é indissociável o papel familiar na recuperação do membro adoecido. Considerando o abalo biopsicossocioespiritual que afeta a família, a desinformação e o despreparo para o enfrentamento de situações cotidianas, ela se torna codependente e um doente em potencial, desenvolvendo patologias que interferem em suas dimensões de vida. Diante desse cotidiano que frequentemente permeia o sofrimento, o adoecimento familiar ocorre gradativamente. Nesse contexto, a porta de entrada para o serviço em saúde, que deve acolher essa família e esse indivíduo, é o serviço de Atenção Primária á Saúde, percebida com muitos desafios frente a esta problemática. Esta pesquisa objetiva compreender o cotidiano de familiares de pessoas dependentes de substâncias psicoativas no contexto da atenção primária à saúde. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa descritiva, com abordagem fenomenológica, fundamentado no referencial metodológico de Michel Maffesoli, visando à aproximação com o objeto proposto. A coleta de dados ocorreu entre fevereiro e julho de 2018, por meio de entrevistas particulares e semiestruturadas, contou com oito mulheres participantes e teve como cenário uma unidade básica de saúde orientada pela estratégia saúde da família. A finalização da coleta de entrevistas se deu pelo adensamento dos dados pertinentes ao objetivo da pesquisa. A análise de dados ocorreu respeitando as etapas do método proposto por Maffesoli, além da proposta estabelecida por Minayo. Como resultado emergiram cinco categorias, a saber: Sentimentos relacionados ao conviver com o adicto cotidianamente; Casa: Lar, doce lar ou prisão domiciliar? A dor na alma: da exaustão emocional à depressão; Deus como único auxílio; Profissionais da Atenção primaria á Saúde: aptos ou inaptos frente ao cotidiano do familiar codependente de substâncias psicoativas? Esta pesquisa revela o cotidiano de familiares que convivem com um adicto, carregado de muito sofrimento e uma gama de sentimentos, os quais adquirem uma patologia emocional de codependência, com grave desfecho para a ideação suicida, e a esfera domiciliar é principal cenário negativo. A figura divina e a fé configuram-se como única fonte de esperança e possibilidade de melhoria. Revelaram-se os desafios que essa problemática apresenta à Atenção Primária á Saúde, que se mostrou deficitária e limitada para enfrentá-los. Evidenciou-se o anseio dos usuários por um acolhimento solidário e humanizado. A pesquisa contribui para criar possibilidades, ferramentas e ações que visem ao empoderamento familiar no cotidiano vivido, de forma a amenizar os impactos gerados pela adicção, destacar o importante papel de uma Atenção Primária á Saúde com profissionais proativos e empáticos, aptos para o manejo clínico e pessoal, com respostas efetivas, resolutivas e eficazes no enfrentamento da adicção no território. Além disso, chama atenção de diversos setores sociais e do governo para a criação de políticas públicas de saúde e sociais voltadas exclusivamente para a família, visando a sua autonomia e auxiliando nas tomadas de decisão na abordagem desse problema. Contribui também com a literatura científica e conclama que mais estudos sejam realizados em diferentes contextos com foco na família codependente de substâncias psicoativas. |