Araneofauna (Arachnida: Araneae) do parque ecológico Jatobá Centenário, Morrinhos – GO: estrutura, composição e influência de fatores climáticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Santana, Renan Castro lattes
Orientador(a): Del-Claro, Kleber lattes
Banca de defesa: Mineo, Marina Farcic lattes, Silingardi, Helena Maura Torezan lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Comportamento e Biologia Animal
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2532
Resumo: As aranhas constituem um grupo megadiverso, sendo o sétimo em riqueza, ultrapassado somente por cinco ordens de insetos e a ordem Acari. Sensíveis a variações abióticas e bióticas do ambiente são consideradas potenciais bioindicadoras. Predadoras generalistas exercem um papel importante na regulação de populações de artrópodes. Mesmo apresentando tamanha importância, a ordem Araneae está longe de ser totalmente conhecida, sendo estimadas mais de cem mil espécies no mundo. As regiões tropicais e subtropicais estão subamostradas, carecendo de pesquisadores na área. Influenciadas pela estratificação temporal e espacial, o grupo apresenta uma grande variedade de estratégias de captura de presas. A separação da comunidade de aranhas em guildas pode auxiliar no entendimento da dinâmica do ecossistema, sendo uma importante ferramenta para o estudo ecológico. Reconhecendo a importância da comunidade de aranhas de solo, esta dissertação objetivou caracterizar a araneofauna de solo, analisar as guildas presentes e as dominâncias das espécies encontradas, verificando a influência de fatores climáticos sobre esta fauna em uma floresta estacional semidecidual no interior do Bioma Cerrado. A área de estudo foi o Parque Ecológico Jatobá Centenário, um fragmento de 90 hectares, localizado no município de Morrinhos no estado de Goiás. O clima da região é Aw de acordo com a classificação de Koppen, caracterizado por duas estações, uma quente e úmida e outra fria e seca. As aranhas de solo foram amostradas quatro vezes durante um ano através da utilização de armadilhas de queda do tipo pitfall, cada uma delas permaneceu em campo por sete dias completos. Foram coletadas 4139 aranhas distribuídas em 35 famílias e 118 morfoespécies. Na estação chuvosa observou-se maior abundância, riqueza e diversidade em relação ao período seco. A umidade, temperatura e precipitação também apresentaram diferenças entre as duas estações amostradas. O cálculo da dominância revelou a presença de uma espécie eudominante e três dominantes, estas representando aproximadamente 40% do total de aranhas coletadas. A presença de poucas espécies dominantes e muitas raras é típica de comunidades tropicais. As famílias foram agrupadas em oito guildas, as mais representativas pertenceram às “caçadoras ativas de solo e vegetação” e as “tecelãs de solo e vegetação”. A abundância de indivíduos dentro das guildas foi diferente entre as duas estações, o período chuvoso apresentando maior quantidade de indivíduos. Os dados são expressivos observando que poucos estudos restritos a araneofauna de solo ultrapassam xi a quantidade de espécies e espécimes coletados. A ausência de relação das variáveis bióticas com as abióticas pode estar relacionada à comunidade ser sensível a fatores microclimáticos e/ou diferenças estruturais do ambiente, como quantidade de serapilheira, sombreamento e diversidade de presas. As guildas amostradas refletem a metodologia utilizada, observando que esta é seletiva para aranhas de solo, enquanto as guildas restritas ao ambiente arbóreo-arbustivo que foram amostradas podem ter sido coletadas de forma acidental e/ou em período de dispersão as quais podem utilizar o solo como substrato de acesso a outras plantas.