Desenvolvimento linguístico e surdez: um estudo experimental com crianças e jovens em situação bilíngue – Libras/Português Brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rodrigues, Flavio Souza lattes
Orientador(a): Teixeira, Luciana lattes
Banca de defesa: Leite, Camila Tavares lattes, Salgado, Ana Cláudia Peters lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4057
Resumo: Esta dissertação apresenta, como objeto de estudo, a aquisição da Língua Brasileira de Sinais como primeira língua de crianças e jovens surdos, filhos de pais ouvintes, e discute a importância da aquisição espontânea dessa língua em idade semelhante à que crianças ouvintes adquirem a língua oral. Em consonância com a abordagem bilíngue, assume-se que o acesso à língua de sinais permite o desenvolvimento linguístico do surdo de forma natural e espontânea (QUADROS, 2005; MAHER; 2007; QUADROS & SCHMIEDT, 2006; QUADROS & CRUZ, 2011). Seguindo essa abordagem, considera-se, neste trabalho, a Libras como primeira língua (L1) e o Português Brasileiro como segunda língua (L2). O objetivo do estudo em questão é o de caracterizar, por meio de uma metodologia de base experimental, as consequências decorrentes da aquisição da Libras por essas crianças e jovens, iniciada em diferentes contextos e, em muitos casos, tardiamente, ou seja, após os 4 anos. O atraso de linguagem (compreensiva e expressiva), em nível cognitivo, implica dificuldades de percepção, atenção, memória, afetando a capacidade de generalização, formação de conceitos, dentre outras. A hipótese que norteia esta pesquisa é a de que a língua de sinais (neste caso, a Libras) permite resolver dificuldades concernentes ao desenvolvimento das funções mentais superiores, que necessitam da língua como mediadora nesse processo. Assume-se uma concepção de aquisição da linguagem inatista, segundo a qual, independentemente da qualidade do input a que a criança está exposta, por ser algo ativado a partir de poucos elementos disponíveis, efetiva-se a aquisição da língua (CHOMSKY, 1965, 1981, 1995). Considera-se, ainda, uma perspectiva psicolinguística de aquisição da linguagem – Bootstrapping Sintático (GLEITMAN, 1990) e Semântico (PINKER, 1987; 1989). Os resultados deste estudo sugerem que quanto mais tardia a aquisição da Libras como primeira língua, mais significativo o impacto na dificuldade de julgamento de estados mentais por crianças surdas, cujo acesso ao input convencional não ocorreu na fase inicial de aqusição da linguagem.