Tolstói como pensador religioso: arte, religião e subjetividade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Mattos, Eliana Moura Carvalho lattes
Orientador(a): Cabral, Jimmy Sudário lattes
Banca de defesa: Ross, Jonas lattes, Boas, Alex Villas lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00182
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14516
Resumo: Liev Tolstói, literato russo do século XIX, autor de clássicos da literatura mundial, como Ana Kariênina, alcançou, para além (e através) de uma produção literária memorável e única, o desenvolvimento de um pensamento religioso próprio, o qual pode representar uma proposta de Teoria da Religião consistente e prática, consequente de sua reinterpretação do Cristianismo da Igreja por meio do Cristianismo dos Evangelhos. Esse confronto o levou a rejeitar o sistema religioso vigente e a entrar em atrito com ele, em função de questões primordialmente éticas. No contexto de uma Rússia assombrada pelo problema de Deus, Tolstói vê na religião disseminada pela Igreja e autorizada pelo Governo o princípio da configuração dos problemas sociais vividos pela Rússia do dezenove. Diante do esfacelamento e da insuficiência do mundo, enfrentando um vazio de sentido que só se vê consolado mediante o amor e a justiça, Tolstói escreve em busca de responder à questão-chave de suas investigações teológico-religiosoliterárias: Afinal, como viver? Esta dissertação propõe demonstrar como a compreensão particular de cristianismo e religião de forma geral aparece na arte madura de Tolstói, com a sistematização de seu pensamento religioso, partindo de sua crítica da civilização burguesa e da arte como sua linguagem de resistência e seu veículo propício para disseminação de valores religiosos. Para isso, compõe-se brevemente o cenário histórico-filosófico e religioso dessa Rússia, seguindo por um panorama geral sobre Romantismo e literatura, demonstrando as condições culturais, sociais, históricas e filosóficas que desafiaram Tolstói a caminhar entre os textos de sua fase tardia: os ensaísticos, como Minha Religião, O que é arte? e O reino de Deus está em vós, nos quais fundamenta e sistematiza valores religiosos, e os literários, como A morte de Ivan Ilitch e Ressurreição, nos quais visa apontar, no vislumbre de sua arte como religião/religião como arte, os problemas éticos de uma sociedade controlada pela Igreja e pelos “valores” da Modernidade. Tais digressões permitirão que se desvende seu próprio conceito de religião, respondendo às perguntas: O que é religião para Tolstói? O que é arte para Tolstói?