Representações sociais de enfermeiros da estratégia saúde da família sobre o tratamento diretamente observado e de curta duração em tuberculose

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Figueiredo, Júlia Borges lattes
Orientador(a): Silva, Girlene Alves da lattes
Banca de defesa: Souza, Fabiana Barbosa Assumpção de lattes, Almeida, Geovana Brandão Santana lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/8631
Resumo: Este estudo teve como objetivo analisar as representações sociais de enfermeiros da Estratégia Saúde da Família (ESF) sobre a estratégia Directly Observed Treatment, Short-sourse (Tratamento Diretamente Observado de Curta Duração – DOTS) em tuberculose (TB). Optou-se por um estudo de natureza descritiva com abordagem qualitativa utilizando como referencial teórico-metodológico a Teoria das Representações Sociais. A pesquisa foi desenvolvida em Unidades de Atenção Primária à Saúde que trabalham no modelo da ESF no município de Juiz de Fora – Minas Gerais. Para a apreensão das informações foram utilizadas entrevistas de caráter semiestruturadas. Participaram da pesquisa 18 enfermeiros. Nesse sentido, as entrevistas foram transcritas e analisadas conforme a perspectiva de Bardin. As Representações Sociais dos enfermeiros foram agrupadas segundo as unidades de inferências que mais se repetiram, além disso, uma categoria foi construída com o intuito de caracterizar os participantes. São elas: Caracterização dos Participantes, Tecendo saberes sobre o fazer cotidiano para o cuidado frente às pessoas com TB e Tecendo representações sobre o DOTS. Dos 18 enfermeiros entrevistados, 16 eram do sexo feminino, com tempo de formação entre 7 e 35 anos. Desses profissionais 66,7% possuem especialização em saúde da família, com tempo de trabalho na ESF entre 4 meses e 23 anos. Os achados demonstram que os enfermeiros não incorporam o DOTS nas atividades relacionadas ao controle e tratamento da TB, mas reconhecem a importância do enfermeiro como primordial no controle da doença. O DOTS é associado por esses profissionais ao simples fato de supervisionar a tomada de medicação e a associam a usuários em situação de vulnerabilidade social. No que tange a detecção precoce dos casos, podemos observar que a busca ativa por vezes se encontra limitada ao espaço da ESF e é relacionada a diversas dificuldades para sua efetivação, como falta de recursos humanos e deficiência na formação dos profissionais. Outras questões citadas pelos enfermeiros como aquelas que comprometem a efetivação dessa estratégia foram a falta de medicação padronizada para o tratamento e a dificuldade de enxergar o comprometimento político por parte da gestão. Além disso, é possível notar o desconhecimento por parte de alguns profissionais no que diz respeito às fontes de informação e registro dos casos, dificultando assim a qualidade e continuidade do cuidado. Nesse sentido, tal estudo aponta a necessidade de um novo olhar da gestão e dos profissionais no que tange ao controle da TB no sentido de organizar e planejar essas ações em saúde, integrando o DOTS a essas atividades. Para tanto, isso só será possível através de capacitações em toda rede de atenção à saúde.