A democratização da memória de alunos da educação de jovens e adultos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Carmo, Jairo Moratório do lattes
Orientador(a): Sampaio, Thais Fernandes lattes
Banca de defesa: Weiss, Denise Barros lattes, Abritta, Carolina Scali lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Profissional em Letras (ProfLetras)
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5763
Resumo: Esta pesquisa articula a prática docente às concepções pedagógicas que marcam a especificidade da Educação de Jovens e Adultos do ensino fundamental nos anos finais. Dessa maneira, propõe a elaboração e aplicação de uma sequência de atividades, voltada para uma turma da Fase VIII de uma escola pública municipal de Juiz de Fora, partindo de práticas de linguagem ancoradas no gênero textual relato de experiência vivida. Seu objetivo principal é democratizar a memória de alunos da EJA, contribuindo para a reavaliação e o deslocamento de estigmas sociais (ARROYO, 2005) acerca desse público, que o tratam, a priori, como repetente, evadido, defasado, acelerável, excluindo-se dimensões da condição humana desses alunos, básicas para o processo educacional. De forma específica, propicia a reflexão sobre o sistema linguístico e sobre os usos da língua em sua modalidade oral e escrita, analisando o fenômeno gramatical/discursivo dos operadores que permitem a progressão textual (KOCH, 2015). As bases teóricas que fundamentam a proposta se encontram, principalmente, nas discussões acerca da educação de jovens e adultos (FREIRE, 1980, 1981, 1987; VENTURA; RUMMERT, 2011; SAMPAIO, 2009; CARRANO, 2007), sobre as abordagens dos gêneros discursivos (BAKHTIN, 1997; SCHNEUWLY; DOLZ, 2004; BRONCKART, 2012), e a respeito da análise linguística e do ensino reflexivo de gramática (MENDONÇA, 2006; BEZERRA; REINALDO, 2013; ANTUNES, 2014). A pesquisa considera também reflexões em relação às práticas de memória e ao patrimônio na perspectiva da diversidade (POLLAK, 1999; BOSI, 2003; ANDRADE, 2010). Os resultados da intervenção apontam avanços significativos no uso dos marcadores responsáveis pela progressão textual e, acima de tudo, na autonomia dos alunos no processo de investigação de fenômenos da língua. Além disso, ao se instituírem como narradores de suas próprias experiências de vida, os alunos foram capazes de assegurar laços sociais perdidos na contemporaneidade.