Estudo fenotípico e funcional de populações de células B de memória durante a fase aguda e convalescença de malária vivax em pacientes expostos na Amazônia Brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Soares, Roberta Reis lattes
Orientador(a): Scopel, Kézia Katiani Gorza lattes
Banca de defesa: Teixeira, Henrique Couto lattes, Andrade, Simone Ladeia lattes, Bertho, Alvaro luiz lattes, Lima Júnior, Josué da Costa lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5694
Resumo: A malária constitui um dos maiores problemas de saúde pública mundial, sendo responsável por aproximadamente meio milhão de mortes anuais. Por isso, e devido à crescente resistência dos parasitos aos antimaláricos usuais e aumento do número de casos graves, sobretudo os ocasionados por P. vivax, grandes esforços têm sido dispensados no desenvolvimento de vacinas. Até o momento, a única vacina licenciada mostrou-se capaz de conferir algum grau de imunidade contra P. falciparum, porém a inabilidade de manutenção de resposta protetora ao longo do tempo tem sido um grande desafio a ser superado. Indivíduos naturalmente expostos à doença desenvolvem graus variados de proteção, que parece ser perdida na ausência de reestímulos. Essas observações apontam para falhas na memória imunológica mediada por células B. No Brasil, onde cerca de 85% dos episódios de malária são atribuídos a P. vivax, estudos acerca do desenvolvimento e manutenção de memória imunológica são escassos. O entendimento de fatores que possam modular as respostas imunes durante e após a malária são importantes no desenvolvimento de vacinas. Esse estudo teve como objetivo avaliar aspectos clínicos e hematológicos, verificar a geração e persistência de anticorpos e células B de memória (MBCs) direcionadas aos peptídeos sintéticos (PvAMA-1(S290-K307) e PvMSP-9(E795-A808)), bem como à proteína recombinante PvAMA-1DII e averiguar a ocorrência de flutuações no compartimento de células B em indivíduos durante a malária aguda e em 30, 60 e 180 dias decorridos do diagnóstico (convalescença) por P. vivax. Os resultados obtidos mostraram que alterações hematológicas ocorerram predominantemente na fase aguda, destacando-se plaquetopenia, linfopenia e leucopenia. Na fase aguda da infecção, indivíduos exibiram MBCs e anticorpos específicos para PvAMA-1(S290-K307) e PvMSP-9(E795-A808), bem como para a PvAMA-1DII, os quais persistiram, de maneira geral, por > 180 dias na ausência de reinfecções/recaídas. Não foram observadas associações positivas entre respostas de anticorpos e MBCs ao longo do tempo para todos os antígenos avaliados. Além disso, este estudo corroborou a relação entre exposição/infecção malárica e ocorrência de flutuações no perfil fenotípico de subpopulações de células B no sangue periférico, com destaque para a expansão de imaturas e plasmáticas durante a fase aguda da doença. No tocante às MBCs atípicas, independentemente do grupo avaliado (controles expostos, fase aguda ou convalescença) estas células se encontraram expandidas em relação ao observado em indivíduos não expostos à malária. Os dados desse estudo ainda sugerem que a expansão de células B atípicas observada em indivíduos provenientes de área endêmica é influenciada pela ocorrência de episódios pregressos da doença. Estudos posteriores são de fundamental importância para determinar o impacto de tais alterações em estratégias de imunizações voltadas ao combate da malária vivax em populações expostas em regiões de baixa transmissão de malária na Amazônia Brasileira.