Extremidades em rede: a conexão e a formação de comunidades em ambiente digital

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Colvara, Bianca Maciente lattes
Orientador(a): Vieira, Soraya Maria Ferreira lattes
Banca de defesa: Procópio, Mariana Ramalho lattes, Mello, Christine Pires Nelson de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Comunicação
Departamento: Faculdade de Comunicação Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00116
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14144
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo conhecer as linguagens presentes na plataforma de sociabilidade Instagram que, acreditamos, podem distingui-lo dos demais meios comunicacionais. A investigação se ancora nas hipóteses de que as funcionalidades da plataforma podem contribuir para a formação de uma linguagem própria do Instagram; e que seus próprios usuários também colaboram no processo de formação de linguagens, a partir de suas apropriações e usos da plataforma. Iniciamos nosso caminho teórico com a compreensão do contexto midiático no qual a pesquisa está inserida, ancoradas em uma abordagem ecológica das mídias em que elementos humanos e não-humanos habitam esse ambiente e, assim, colaboram entre si. Em um segundo momento, nos aprofundamos na investigação sobre o Instagram, considerando sua própria estrutura sociotécnica como um possível estímulo ao processo de formação de linguagens; e avaliamos como a remediação e a mediação radical podem estar relacionadas, também, a tal processo de formação de linguagens. Em sequência, voltamos nosso olhar ao próprio usuário do Instagram, buscando identificar as linguagens mobilizadas por eles. Tomamos como objeto o perfil @bonitadepele, descrito como veículo de beleza e autointitulado uma comunidade virtual. Para conhecer as dinâmicas comunicacionais do perfil e entendermos de que modo a Bonita de Pele se apropria do Instagram, fazemos um estudo de caso e recorremos à abordagem das extremidades, que sugere um viés de leitura que nos possibilita um olhar crítico do perfil e, consequentemente, da própria plataforma. Assim, buscamos identificar os movimentos de desconstrução, contaminação e compartilhamento que, acreditamos, podem estar relacionados aos processos formativos de linguagens no Instagram. Ao final de nossa investigação, concluímos que as hipóteses não se sustentam. O Instagram pode ser entendido como um meio radicalmente mediado, que remedia e media radicalmente as propriedades de seus concorrentes. E os usuários, por sua vez, se valem dessas características para produzirem seus conteúdos, que igualmente são baseados nas funcionalidades e possibilidades que a plataforma oferece. Não há, assim, uma linguagem específica, própria do Instagram. Por outro lado, identificamos, sim, singularidades na plataforma: suas linguagens radicalmente remediadas, que possibilitam a formação das comunidades virtuais. Comunidades estas que podem ser entendidas também como elementos emergentes do Instagram, onde há o estímulo para conexão através da produção de conteúdo e troca de mensagens utilizando tais linguagens radicalmente remediadas. Finalmente, concluímos: não são linguagens o elemento específico emergente do Instagram, mas sim a ressignificação e a reconfiguração de linguagens em comunidades virtuais, o que leva à conexão.