Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Moreira, Shirlene Vianna
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Orientador(a): |
Justi, Francis Ricardo dos Reis
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Banca de defesa: |
Alcântara-Silva, Tereza Raquel
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Jaeger, Antonio
,
Mármora, Cláudia Helena Cerqueira
,
Nogueira Campos, Anaelli Aparecida
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Psicologia
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11751
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Resumo: |
Apesar de a pesquisa clínica visar ao desenvolvimento de novos medicamentos para a Doença de Alzheimer (DA), os métodos descritos como “não farmacológicos” apontam possíveis soluções para a reabilitação de idosos com demência. A musicoterapia vem demonstrando eficácia no tratamento de sintomas comportamentais e cognitivos gerais em idosos saudáveis e com demência. O primeiro estudo da tese consistiu em uma revisão sistemática realizada nos bancos de dados do PubMed, Cochrane Library, PsycINFO e Lilacs até junho de 2017, tendo sido incluídos todos os ensaios randomizados controlados que avaliaram a memória utilizando intervenções musicais em pacientes com DA, sendo que, dos 42 artigos identificados, 24 foram selecionados. Após a aplicação dos critérios de exclusão, foram incluídos 4 artigos, envolvendo 179 pacientes. Esses mostraram efeitos positivos da utilização da música no tratamento do déficit de memória em pacientes com DA, em especial, na memória autobiográfica, na memória verbal de longo prazo e, em certa medida, na memória de curto prazo. No entanto, as evidências disponíveis ainda são inconsistentes devido ao pequeno número de artigos controlados randomizados. O segundo estudo da tese consistiu em um ensaio clínico, randomizado e duplo-cego, que objetivou avaliar se uma intervenção musicoterapêutica diminuiu o ritmo de declínio da memória em idosos com comprometimento de memória (Comprometimento Cognitivo Leve – Amnéstico, Demência de Alzheimer e Demência mista) e idosos saudáveis. Também se avaliou, neste estudo, se a intervenção musicoterapêutica afeta outros domínios cognitivos e o humor do idoso. Ainda se avaliou a sobrecarga do cuidador das pessoas com DA. O estudo contou com uma amostra total de 68 participantes (incluindo 18 idosos saudáveis, 25 idosos com demência e 25 cuidadores). Os idosos do grupo experimental realizaram 12 sessões de musicoterapia (40 min/sessão), 2 vezes por semana, e tratamento médico padrão. Os idosos do grupo controle receberam apenas o tratamento médico padrão. Foram realizadas entrevistas, escalas e testes neuropsicológicos, incluindo: Miniexame do Estado Mental (MEEM), Escala de Bayer (AIVD), Escala Katz (ABVD), Escala de depressão geriátrica (GDS), Subteste de dígitos (WAIS III), Cubos de Corsi, Teste de Memória de Figuras do BBRC (Bateria Breve de Rastreio Cognitivo), Teste de Memória de Palavras Cantadas e Faladas (TMPCF), Teste de Memória Autobiográfica (TMA), Teste de Memória Autobiográfica Musical (TMAM), Teste de Cinco dígitos (FDT), Teste do Relógio de Shulman, Avaliação da Sobrecarga do Cuidador Informal (QASCI) e Protocolo de Avaliação de Musicoterapia antes e após a intervenção com musicoterapia. A análise dos dados demonstrou que a intervenção teve um efeito positivo para ambos os grupos experimentais (saudáveis e não saudáveis) na diminuição do esquecimento, na condição de evocação do Teste de Memória de Figuras do BBRC. Além disso, observou-se uma diminuição no índice de esquecimento para o grupo experimental não saudável no TMPCF, sendo que os idosos não saudáveis, de um modo geral, esqueceram menos na versão cantada do que na falada desse teste. Por fim, mesmo não tendo atingido significância estatística, a intervenção teve um efeito de magnitude razoável no desempenho dos idosos saudáveis do grupo experimental no TMAM. Os resultados dos 2 estudos apontam que a musicoterapia pode ser promissora na remediação de déficits de memória em idosos e se coadunam com as evidências de que as áreas cerebrais relacionadas à “memória para música” podem estar menos prejudicadas em idosos com demência. Contudo, ainda são necessários mais estudos para o desenvolvimento de um modelo teórico detalhado acerca da relação entre memória e música, bem como para definir quais aspectos específicos das intervenções musicoterapêuticas são cruciais para o sucesso do tratamento e quais não são. |