Banco de Tecidos Oculares Humanos: atuação dos enfermeiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Prado, Roberta Teixeira lattes
Orientador(a): Dias, Sonia Maria lattes
Banca de defesa: Massarollo, Maria Cristina Komatsu Braga lattes, Castro, Edna Aparecida Barbosa de lattes, Soares, Enedina lattes, Greco, Rosangela Maria lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2303
Resumo: O estudo busca analisar as especificidades do trabalho dos enfermeiros em Banco de Tecidos Oculares Humanos tendo por base as etapas do processo de captação de órgãos e tecidos estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada, com sete enfermeiros que atuam neste serviço no estado de Minas Gerais e foram analisados com o suporte da análise de conteúdo. As categorias identificadas nos depoimentos dos enfermeiros, quais sejam, conhecimentos e habilidades necessários aos enfermeiros dos Bancos de Olhos; facilidades e dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros; gerência de enfermagem e lidando com a morte, ofereceram subsídios relevantes para a análise da atuação dos enfermeiros neste cenário de prática. Foi apontada a necessidade de conhecimentos sobre anatomia humana, fisiologia e patologia, conhecimento de diluição de amostra sanguínea em pacientes hemotransfundidos que são potenciais doadores de córneas e dos diferentes eventos patológicos que contraindicam a doação de córneas. Além do conhecimento da legislação sobre a temática, dentre outros. Dentre as habilidades requeridas para o trabalho nos Bancos de Olhos sob a ótica dos enfermeiros dos serviços destacam-se o equilíbrio emocional, habilidades relacionadas à educação, habilidade de liderança para manter a união e a integração da equipe, habilidade para lidar com o cadáver, assim como a destreza nos procedimentos técnicos envolvidos no serviço. Ao analisar as falas dos sujeitos desta pesquisa verifica-se que a dimensão gerencial recebeu relevância nas falas dos sujeitos. Ficou evidente que os enfermeiros precisam dedicar maior atenção às dimensões de ensino e pesquisa. Verificou-se que as facilidades mais citadas para a realização do trabalho dos enfermeiros estão associadas ao relacionamento desenvolvido com a equipe multidisciplinar, a aspectos de infraestrutura disponíveis para uso no serviço e à formação profissional. Os conflitos no exercício do trabalho do enfermeiro apareceram sob diferentes manifestações e envolvem muitas vezes relações hierárquicas conflituosas. Os discursos mostram que os enfermeiros consideram-se membros responsáveis pelo serviço de enfermagem e pela integração da equipe, mas se sentem tolhidos diante das estruturas políticas presentes. Constatou-se que o enfermeiro é o grande responsável pelo gerenciamento do serviço da equipe de enfermagem e acaba gerenciando os processos de trabalho no setor. Constatou-se que algumas determinações e princípios que regem a atuação dos profissionais da enfermagem muitas vezes são desrespeitados e que a atuação dos enfermeiros nos diferentes Bancos de Olhos precisa ser revista e transformada. Observou-se que os enfermeiros dos Bancos de Olhos lidam de formas diferentes com a morte. Há mortes que geram maior desgaste e sofrimento ao profissional, a formação dos profissionais não permite um olhar amplo sobre a temática e que mesmo diante da exposição a situações de morte e desgastes relacionados ao trabalho, o serviço no Banco de Olhos é considerado algo nobre e recompensador pelos enfermeiros entrevistados.