Ressignificando a sala de aula de língua portuguesa: narrativas em interação no estágio supervisionado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Azevedo, Barbara Delgado lattes
Orientador(a): Cadilhe, Alexandre José lattes
Banca de defesa: Sampaio, Thaís Fernandes lattes, Silva, Wagner lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11678
Resumo: Nesta pesquisa temos como objetivo principal investigar as negociações de sentidos sobre a sala de aula de língua portuguesa em interações entre formador e licenciandos, a partir da narrativização do estágio supervisionado. Para isso, serão analisadas discussões geradas a partir de pequenas cenas de sala de aula de ensino básico, rememoradas por estudantes de formação inicial em uma disciplina de complemento do Estágio Supervisionado. O trabalho se justifica principalmente pelas atuais disputas acerca do papel do professor, assim como de suas performances em sala de aula. Em um momento em que é cada vez mais forte o movimento conservador que promove docentes como reprodutores de conteúdos, cada vez mais voltados para a lógica utilitarista, essa pesquisa se coloca na perspectiva de uma formação docente que priorize a reflexividade (CAVALCANTI, 2013) e o protagonismo docente. Este estudo, localizado no âmbito da Linguística Aplicada (MOITA LOPES, 2006), orienta-se por uma perspectiva de educação transgressora (HOOKS, 2013), na qual os estudantes são engajados num processo ativo de participação na aprendizagem. Para a análise das interações da sala de aula, assim como das narrativas apresentadas, seguimos os pressupostos da Análise do Discurso, com as ferramentas teórico-metodológicas de indexicalidade (BLOMMAERT, 2005) e entextualização (BAUMAN, BRIGGS, 1990). Além disso, também utilizamos pressupostos da Sociolinguística Interacional, principalmente os conceitos de enquadre (BATESON, 1955) e footing (GOFFMAN, 2002). Como resultado das análises, foi possível perceber que as narrativas produzidas em sala de aula promovem a complexificação das situações do cotidiano escolar. Além disso, possibilitam que o estágio seja um espaço para a pesquisa coletiva, por meio da reflexão entre os pares e com o auxílio da literatura. Como efeitos das discussões, foi possível observar que os estudantes constroem seus modelos metapragmáticos (WORTHAM, 2006) de como dar aula, com base no que é abordado e observado. Esse modelo de estágio promove ainda autonomia e responsabilidade no professor em formação com o próprio aprendizado, além de apontar caminhos para o pesquisar da própria prática.