Religião e Cangaço: a devoção ao cangaceiro Jararaca, o delinquente convertido em santo popular na cidade de Mossoró-RN

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Andrade, Luiz Antônio Teixeira de lattes
Orientador(a): Berkenbrock, Volney José lattes
Banca de defesa: Portella, Rodrigo lattes, Carias, Celso Pinto lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00134
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13140
Resumo: Esta pesquisa busca compreender a transformação de um cangaceiro em santo, tendo como objeto de investigação José Leite de Santana, vulgo Jararaca. Esse jovem sertanejo, após desertar do exército por ter participado de uma insurreição militar contra o comando do quartel onde servia, na capital sergipana, para prover a própria subsistência, engajou-se no cangaço, tornando-se chefe de um dos subgrupos de Lampião. Jararaca participou do ataque à cidade de Mossoró (RN), onde foi ferido, preso, indiciado em inquérito policial e finalmente, em 19 de junho de 1927, aos 26 anos de idade, sumariamente assassinado e enterrado ainda vivo pelas forças policiais. Após sua morte, que suscita mais de uma versão, tornou-se objeto de devoção religiosa por parte de fiéis, que afirmam terem alcançado milagres por seu intermédio ou que acreditam virem a alcançá-los por meio de promessas à beira de seu túmulo, no Cemitério São Sebastião, na cidade de Mossoró, local de grande visitação, devoção e entrega de ex-votos, sobretudo nas celebrações do dia de Finados. Diante dessa sucessão de fatos, esta pesquisa orienta-se a partir da seguinte questão problema: como a morte do cangaceiro e os fatos a ela ligados, como violência e martírio, originaram a devoção, alimentando-a até os dias de hoje? A discussão teórica fundamenta-se em duas obras clássicas da antropologia: Marcel Mauss – Ensaio sobre a dádiva (2003); Marcel Mauss & Henri Hubert Sobre o sacrifício (2017).