Estudo comparativo entre duas técnicas de analgesia na cirurgia de postectomia por Plastibell® : mistura eutética de prilocaína e lidacaína x bloqueio do nervo dorsal do pênis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Salgado Filho, Marcello Fonseca lattes
Orientador(a): Bastos Netto, José Murillo lattes
Banca de defesa: Bertges, Luiz Carlos lattes, Assad, Alexandra Rezende lattes, Gomes, Carlos Augusto lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3027
Resumo: Introdução: O bloqueio do nervo dorsal do pênis (BNDP) e a anestesia local tópica (LT) com uma mistura eutética de prilocaína e lidacaína são técnicas de uso rotineiro, fácil aplicação e baixo índice de complicações na cirurgia de postectomia. Propôs-se avaliar qual delas apresenta melhor analgesia com menor efeito hemodinâmico na cirurgia de postectomia por Plastibell® em crianças. Pacientes e métodos: Este ensaio clínico randomizado foi conduzido com 41 meninos, submetidos à postectomia por Plastibell® divididos em dois grupos: LT e BNDP. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Humanos segundo as normas da declaração de Helsinki e pelo Clinical trials/FDA. Nos pacientes sorteados para a técnica LT, a pomada de mistura eutética de prilocaína e lidacaína era aplicada no prepúcio uma hora antes da cirurgia. Antes da indução anestésica, todas as crianças eram monitoradas com estetoscópio precordial e monitor multiparâmetro Datex Omeda®. A indução anestésica era padrão para os dois grupos, com concentração inspirada de sevoflurano a 8% sob máscara facial e ventilação espontânea. No grupo BNDP, fez-se o bloqueio do nervo dorsal do pênis com levobupivacaína a 0,5% na dose de 2mg/kg. Avaliaram-se a frequência cardíaca, a pressão arterial média, a frequência respiratória e os movimentos involuntários durante os momentos de indução anestésica, de bloqueio do nervo dorsal do pênis, um minuto após a incisão e no pós-operatório imediato. A dor foi avaliada na primeira e na vigésima quarta hora de pós-operatório, pela escala análogo visual de dor. Resultados: Os grupos foram homogêneos quanto à idade, peso, diâmetro da glande, comprimento do pênis e tempo cirúrgico. No grupo LT, observou-se uma tendência a aumento da freqüência cardíaca no momento 1 minuto pós-incisão (p = 0,073) e da pressão arterial media no momento 1 minuto pósincisão (p = 0,046). No grupo BNDP, houve aumento da freqüência cardíaca (p = 0,004) e da pressão arterial média (p = 0,016) no momento do bloqueio. Comparando os momentos de maiores estímulos hemodinâmicos em cada grupo (T2 no grupo LT e T1 no grupo BNDP), observamos um estímulo mais intenso no BNDP, com aumento significante da freqüência cardíaca (p = 0,001) e maior incidência de movimentos involuntários (p = 0,002). Não houve diferença na dor 7 na primeira e na vigésima quarta hora de pós-operatório entre os grupos estudados. A incidência de hematoma e edema em 24 horas de pós--operatório foi maior no grupo BNDP. Conclusão: A anestesia LT com a pomada de mistura eutética de prilocaína e lidacaína proporciona menor repercussão hemodinâmica e analgesia satisfatória ao procedimento de postectomia por Plastibell®, controle da dor pós-operatório e baixa incidência de complicações pós-operatórias em relação ao BNDP, quando ambas as técnicas estão associadas à anestesia geral inalatória com sevoflurano.