Da Revolução Gerencial de J. Burnham ao capitalismo gerencial de G. Duménil & D. Lévy: a persistência da apologia indireta ao capitalismo pela doutrina gerencialista como variante da ideologia da terceira via

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Moreau, Hermann Junior lattes
Orientador(a): Cunha, Elcemir Paço lattes
Banca de defesa: Fortes, Ronaldo Vielmi lattes, Xavier, Wescley Silva
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Administração
Departamento: Faculdade de Administração e Ciências Contábeis
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00002
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15684
Resumo: O objetivo da presente dissertação foi analisar a continuidade da apologia indireta ao capitalismo na assim chamada “doutrina gerencialista” ou teoria dos gestores na qual estes seriam uma nova e dominante classe social na suposta transição do modo de produção capitalista para uma “sociedade gerencial”. Essa doutrina ou teoria não é nova. Surgida a partir de uma série de desenvolvimentos na transição entre os séculos XIX e XX, ganhou fôlego com Bruno Rizzi e James Burnham nas décadas de 1930 e 1940, sendo o segundo autor uma fonte primária de grande difusão a partir do livro A Revolução Gerencial. Um segundo desenvolvimento teve impulso com J.K. Galbraith a partir dos anos de 1960, obtendo considerável difusão, inclusive no Brasil, por mediação de intelectuais como Bresser Pereira. Nas últimas décadas, autores como Gérard Duménil e Dominique Lévy surgiram como portavozes internacionais de uma renovada abordagem, supostamente de matriz marxista, tomando tais gestores como classe social, culminando na obra mais recente denominada Capitalismo Gerencial. Ao delimitar a análise aos materiais e J. Burnham e G. Duménil e D. Lévy, o estudo realizado pode ser considerado como um exercício de determinação social do pensamento segundo a tradição marxista. O estudo se baseou, principalmente, nos fundamentos da ontologia do ser social de G. Lukács. Nessa direção, delimitou-se a gênese e a função dessa teoria dos gestores como classe social, operacionalizando também uma análise imanente baseada nos textos escolhidos. Assim, foi possível identificar, apesar das diferenças, uma linha de continuidade da apologia indireta ao capitalismo de A Revolução Gerencial de J. Burnham a Capitalismo Gerencial de G. Duménil e D. Lévy. Nesse estudo, a teoria dos gestores se mostrou como uma variante da ideologia da terceira via, isto é, de negação superficial e de afirmação essencial do modo de produção capitalista em que se sustenta haver uma transição para uma nova sociedade cujos pilares, entretanto, permanecem ancorados nos princípios da produção de mercadorias para o lucro privado. Como variante, a teoria em questão apresenta sua particularidade propositiva, cujo núcleo é o amplo convencimento de que o modo de produção capitalista e suas mais essenciais contradições podem ser infinitamente administrados.