Alterações morfofisiológicas envolvidos na adaptação de Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii à anfotericina B

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bragança, Queila da Silva Rosa lattes
Orientador(a): Ferreira, Gabriella Freitas lattes
Banca de defesa: Costa, Marliete Carvalho da lattes, Almeida, Felipe Alves de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Multicêntrico de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular
Departamento: ICV - Instituto de Ciências da Vida
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11972
Resumo: O gênero Cryptococcus é composto por leveduras capsuladas com capacidade de infectar uma variedade de hospedeiros, como os mamíferos. Neste gênero, destacam-se como agentes etiológicos da criptococose humana Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii. A anfotericina B (AmB) e os azólicos são os fármacos de primeira escolha na terapia medicamentosa. Este tratamento farmacológico normalmente se prolonga por mais de seis meses, sendo frequente a recorrência mesmo após terapia antifúngica. Há uma lacuna na literatura de como as células criptococócicas respondem a exposição contínua à AmB e quais estratégias Cryptococcus utilizam para se adaptarem frente a este estresse. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar as alterações morfofisiológicas envolvidas na adaptação de C. neoformans e C. gattii à AmB. Foram realizados ensaios para: avaliar a suscetibilidade de linhagens de C. neoformans e C. gattii à AmB; expor as linhagens a concentrações crescentes de AmB e obter clones expostos/adaptados; avaliar curva de morte; verificar o perfil de crescimento; analisar se a adaptação à AmB altera a morfometria, a produção de espécies reativas (ERs), a sobrevivência intracelular a macrófagos, a interação entre o sequestrador de peroxinitrito e inibidor de superóxido dismutase, a peroxidação lipídica e o potencial zeta. Assim, foi observado que duas linhagens de C. neoformans e cinco de C. gattii conseguiram crescer em concentrações superiores a concentração inibitória mínima (CIM) inicial, sendo estas classificadas como adaptadas. Os clones resultantes do processo de evolução adaptativa não apresentaram alteração na susceptilidade à AmB no teste de microdiluição em caldo, exceto a linhagem de C. neoformans ATCC WM148, e em ágar após passagens sem a presença da droga. Na curva de morte e na curva de crescimento não foi observado padrão entre as linhagens. Os clones adaptados apresentaram redução da espessura da cápsula e redução do diâmetro celular, exceto a linhagem C. neoformans ATCC WM626, bem como produziram menor quantidade de ERs na presença da AmB. Apresentou aumento do índice fagocítico após 24 h de fagocitose, redução da proliferação intracelular para C. neoformans ATCC WM148, aumento da proliferação celular para as linhagens de C. gattii e aumento do estresse oxidativo, exceto para C. neoformans ATCC WM626. Na interação com sequestrado de peroxinitrito e inibidor de SOD a interação foi indiferente entre eles. A linhagem de C. neoformans ATCC WM626 apresentou aumento da peroxidação lipídica quando tratada com CIM de H2O2. De maneira geral, as linhagens apresentaram redução da magnitude elétrica negativa após adaptação à AmB. Estes resultados fornecerão subsídios para o preenchimento de lacunas sobre o entendimento da exposição/adaptação de C. neoformans e C. gattii à AmB, assim como as alterações fenotípicas ocorridas nas células que contribuíram para este fenômeno.