Mito e (re)invenção da “Manchester Mineira”: etnografia de um passeio “histórico-cultural” na cidade de Juiz de Fora

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Bastos Neto, Eduardo de Campos lattes
Orientador(a): Siqueira, Euler David lattes
Banca de defesa: Freitas, Ricardo Ferreira lattes, Poz Neto, João Dal lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2907
Resumo: Neste trabalho, que consiste num estudo de caso, tendo como cenário e palco urbanos a mítica “Manchester Mineira” (título conferido à cidade de Juiz de Fora, em razão de seu passado industrial glorioso), procuro enfatizar e analisar a relação entre mito e turismo cultural, a partir da teoria antropológica referente ao primeiro, colocada em risco na prática (turística e etnográfica) concernente ao segundo. Minha inserção, como participante, no passeio “histórico-cultural” constante do Projeto “Viver Juiz de Fora – descubra esta cidade”, que é promovido pela Prefeitura deste município, permitiu-me observar - “de perto e de dentro” - como o mito opera como mediador simbólico do diálogo estabelecido ali entre uma história objetiva e oficial, narrada por meio do patrimônio revelado, e as histórias subjetivas dos “turistas-nativos”, que revitalizam (simbolicamente) este patrimônio com sua prática turística. Trata-se, pois, de uma etnografia de um passeio de fim de semana (ou de “domingo”), de um fazer turismo (cultural) na própria cidade em que se vive, não de uma forma independente e isolada, mas coletiva e mediada por agentes do estado em sua esfera municipal. Neste caso, o deslocamento no espaço implica um deslocamento no tempo, no sentido da construção de uma memória coletiva. Revitalizado nesta prática de revitalização do patrimônio histórico-cultural da cidade, o mito fornece a estes “turistas-nativos” os símbolos para se pensarem como membros de uma comunidade mais ampla no espaço e no tempo, fomentando assim um sentimento de pertença à cidade. Concluo afirmando que esta forma de fazer turismo é também uma forma de (re)inventar tradições, culturas, histórias e cidades.