A construção identitária dos gestores municipais de saúde da microrregião de Juiz de Fora, Lima Duarte e Bom Jardim de Minas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Chebli, Vanessa Chicri Salazar lattes
Orientador(a): Ésther, Angelo Brigato lattes
Banca de defesa: Oliveira, Virgílio Cézar da Silva e lattes, Paiva, Kely Cesar Martins de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Administração
Departamento: Faculdade de Administração e Ciências Contábeis
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11411
Resumo: Com a Constituição Federal de 1988, a saúde tornou-se um direito de todos e dever do Estado. O Sistema Único de Saúde foi instituído tendo a descentralização da gestão para o município como um de seus princípios organizativos, o que conferiu destaque para o gestor municipal de saúde. Para o planejamento, execução e acompanhamento das atividades e políticas organizacionais, tanto na esfera pública como privada, tem-se a figura do gestor. No caso específico da saúde, o secretário municipal sofre pressões de ordem econômica, burocrática e política. O trabalho gerencial é temática na área dos estudos organizacionais, cujo enfoque foi majoritariamente voltado para a compreensão de papéis, funções, tarefas e comportamento, ficando pouco explorados, pontos como a subjetividade, a complexidade e os dilemas da função. No bojo desta discussão, emerge a questão da identidade desses sujeitos. Por definição, a identidade é construída e reconstruída ao longo da vida, a partir das relações sociais estabelecidas nos diversos grupos que fazemos parte, inclusive o do trabalho, foco deste estudo. Assim, o objetivo central foi descrever como os gestores municipais da saúde constroem sua identidade gerencial. A pesquisa foi realizada na microrregião de Juiz de Fora, Lima Duarte e Bom Jardim de Minas, utilizando a metodologia qualitativa, a partir de entrevistas semi-estruturadas com os três gestores municipais de saúde, os três conselheiros municipais de saúde, representantes do segmento dos usuários e o representante do Ministério Público atuante na região. Para análise dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo, estabelecendo categorias com base nos discursos e no referencial teórico. Os resultados mostram que os gestores precisam lidar com o contingenciamento e o subfinanciamento do SUS, além da interferência do poder Judiciário, o que desorganiza o planejamento e o dia-a-dia das secretarias. Em contrapartida, sentem-se realizados quando alcançam o objetivo de auxiliar os usuários em suas diversas demandas de saúde. Os atores sociais entrevistados destacaram alguns atributos do gestor municipal da saúde, tais como o “ser técnico”, “apagador de incêndio”, “burocrata”, entre outros, que foram extraídos para a compreensão dessa identidade gerencial a partir de dois eixos a que se refere Dubar (2005): a identidade social real e a identidade social virtual. Apesar da tentativa dos entrevistados em mostrar distanciamento do atributo “ser político” no exercício da função, uma vez que há a necessidade de estar em constante negociação com os diversos atores sociais, há que se desmistificar a ideia de gestores públicos dotados somente de uma racionalidade técnica, e sim considerar a clara dimensão política da função.