Ocorrência e aspectos fisiológicos de bactérias associadas a carnes vermelhas, frango e peixes disponíveis varejo em Juiz de Fora, MG: susceptibilidade a drogas, tolerância a metais e expressão de bombas de efluxo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Renata da Costa Barros lattes
Orientador(a): Diniz, Cláudio Galuppo lattes
Banca de defesa: Nascimento, Thiago Cesar lattes, Fontes, Cláudia Oliveira lattes, Silva, Carla Afonso da lattes, Resende, Juliana Alves lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00086
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15031
Resumo: Enterobacterales multirresistentes à antimicrobianos (MDR) são um problema de saúde pública e sua disseminação de alimentos de origem animal para humanos é de grande preocupação em todo o mundo. Portanto, o objetivo deste estudo foi analisar os aspectos fisiológicos, perfil de susceptibilidade a drogas, tolerância a metais tóxicos e expressão de mecanismos de efluxo de linhagens de Enterobacterales isoladas de diferentes tipos de carne. Amostras de carne de frango, bovino, suíno e peixe foram coletadas em estabelecimentos do comércio varejista da cidade de Juiz de Fora – MG e analisadas quanto a sua contagem de microrganismos aeróbios mesófilos totais, cocos Grampositivos e bastonetes Gram-negativos. O isolamento seletivo de membros da ordem Enterobacterales foi realizado, e a partir desses isolados foi avaliada a susceptibilidade a antimicrobianos, tolerância a metais tóxicos e expressão de mecanismos de efluxo. O estudo revelou que a carne de peixe apresentava significativamente menos cocos Grampositivos em comparação às outras carnes, possivelmente devido ao fato de ser menos manipulada por funcionários nos estabelecimentos do varejo comparado aos outros tipos de carne. Das 436 Enterobacterales isoladas, 271 (62,9%) eram resistentes a ao menos um dos antimicrobianos testados, 32,3% das quais eram resistentes a um e 8,1% a dois. Enterobacterales MDR compreenderam 22,7% dos isolados obtidos, 7,9% das quais eram resistentes a três das drogas testadas, 11,4% a quatro, 2,3% a cinco e 0,9% a seis. A carne de frango foi a que apresentou mais isolados considerados MDR, e a de peixe, a que apresentou menos. Não foi possível distinguir entre os diferentes tipos de carme de acordo com o perfil de resistência a antimicrobianos apresentado pelas bactérias isoladas, indicando que a resistência no presente estudo é disseminada e mais parâmetros são necessários de forma a separar as carnes. A análise dos tamanhos das zonas de inibição formadas pelos isolados em resposta à presença de antimicrobianos mostrou que as bactérias provenientes da carne de frango possuem uma média dos tamanhos das zonas de inibição significativamente menor para a ceftazidima e ceftriaxona comparado às outras carnes, evidenciando maior pressão seletiva em seu ambiente. Todas as Enterobacterales MDR demonstraram maior tolerância ao mercúrio e cádmio, provavelmente devido ao fato de que genes de tolerância a esses metais frequentemente se encontram junto a genes de resistência a drogas. Atividade de efluxo foi observada em microrganismos MDR, não-susceptíveis e susceptíveis, indicando que além de antimicrobianos, seus substratos podem compreender também biocidas e íons tóxicos. Conclui-se que o frango é a carne de maior risco associado a seu consumo do ponto de vista da resistência bacteriana aos antimicrobianos.