Análise da expressão de isoformas de proteína quinase C em células cromafins da medula adrenal de ratos Wistar diabéticos tratados e não tratados com insulina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Pinheiro, Liliane Sena lattes
Orientador(a): Garcia, Raúl Marcel González lattes
Banca de defesa: Silva, Patrícia Cristina Lisbôa da lattes, Costa, Mônica Barros lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2853
Resumo: O diabetes mellitus (DM) reduz a secreção de catecolaminas (CAs) das células cromafins adrenais, sendo esse um evento patofisiológico crítico por favorecer a ocorrência de episódios de hipoglicemia grave decorrentes do próprio tratamento da doença. Vários trabalhos relatam a participação de proteínas quinase C (PKCs) nas vias de síntese e secreção de CAs nas células cromafins. Os objetivos desse trabalho foram analisar o efeito do DM sobre a expressão das isoformas α, ε e ζ de PKC em células cromafins de ratos e avaliar se o controle glicêmico reverte os efeitos da doença. Foram utilizados ratos Wistar com DM induzido por estreptozotocina. Foram estabelecidos três grupos experimentais, ratos controles (C), diabéticos tratados com salina (DTS) ou com insulina (DTI). As análises foram feitas 15 dias após a indução. Utilizamos as técnicas de imunohistoquímica e Western Blot. A insulinoterapia foi estabelecida após estudos do comportamento alimentar e da variação dos níveis glicêmicos de ratos controles e doentes durante 24h consecutivas. Foi testada a eficácia de diferentes esquemas de tratamento com insulina. O tratamento estabelecido consistiu em injeções de insulina NPH, sendo 1U aplicada às 13h e 4U às 19h. Após os 15 dias de tratamento, o ganho médio de massa corporal dos ratos C (+37±3g) e DTI (+43±3g) foram similares enquanto os DTS emagreceram (-9±6g). A média da glicemia de jejum dos ratos C (74±1mg/dl) e dos DTI (93±6mg/dl) foram similares e dentro dos níveis normais, enquanto que a dos ratos DTS foi elevada (471±23mg/dl). A insulinoterapia restabeleceu os níveis plasmáticos do colesterol total, c-LDL e c-VLDL nos ratos DTI. O DM não alterou os níveis de c-HDL, triglicerídos e frutosamina. As análises da expressão de PKCs mostraram que a PKCα é a mais expressada seguida de ζ e depois de ε. O DM reduziu em 39,5% a expressão da PKCα, enquanto a de ζ foi aumentada em 74,2%. A expressão da PKCε não foi afetada pelo DM. O tratamento com insulina reverteu o efeito do DM sobre a expressão de PKCα, a expressão da PKCε continuou inalterada e a expressão da PKCζ permaneceu elevada (+32,6%) quando comparada aos ratos C. Concluímos que em células cromafins adrenais, o diabetes afeta a expressão de isoformas de PKCs de maneira diferenciada. Trabalhos realizados em nosso laboratório mostraram que o DM reduz o conteúdo total (21,1%), a secreção basal (-24,3%) e a estimulada por carbacol (-28,9%) e K+ (42,2%) de CAs. Como observado para PKCα, a insulinoterapia reverteu o efeito do DM sobre o conteúdo total. Já foi demonstrado que PKCα participa de uma via de sinalização que estimula a atividade de tirosina hidroxilase. Por outro lado, o tratamento não restabeleceu os processos secretórios, sugerindo que PKCζ possa estar envolvida nessa alteração. Há fortes evidências de que PKCζ regula canais de K+ retificadores, o que pode explicar o efeito da doença sobre o processo de secreção via despolarização da membrana.