Marcos e marcas de um processo de invenção curricular: ensino de história e cotidiano escolar em gestos de rememoração

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Fernandes, Emerson Luciano lattes
Orientador(a): Miranda, Sonia Regina lattes
Banca de defesa: Ferrari, Anderson lattes, Lucini, Marizete lattes, Almeida, Ludmilla Savry dos Santos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17995
Resumo: A sucessão de etapas na memória é dividida por marcos, em que os pontos significativos da vida se encontram e nos deixam marcas, aqui estão materializadas nesta pesquisa, intitulada “Marcos e Marcas de um processo de invenção curricular: Ensino de História e cotidiano escolar em gestos de rememoração.” Nela, há uma prática pedagógica que está intimamente ligada a um fio longevo de vida e ao fazer docente. Essa investigação aborda a construção de um trabalho didático interdisciplinar com a temática da memória, desenvolvido com turmas dos 6º anos do Ensino Fundamental em uma escola da pública da periferia de Juiz de Fora (MG). A proposta curricular de História da rede municipal é a base norteadora para a realização dessa experiência pedagógica, com uma diretriz singular, que procura orientar o trabalho docente a partir de três eixos teórico-metodológicos: educar para a compreensão do conhecimento, do tempo e da memória, considerados fundamentais para a aprendizagem dos(as) alunos(as). Os eixos são integradores, pensados para interagir com os diversos conteúdos escolares, dando ao professor e à escola uma autonomia para revisar as práticas pedagógicas da Educação Infantil até os Anos Finais do Ensino Fundamental. Com um olhar distanciado no tempo e através da rememoração, a presente dissertação tem por objetivo analisar essa prática didática, visando responder à questão central que norteou essa investigação: Por que essa prática pedagógica de trabalho com a memória na formação identitária dos alunos(as) é importante na cultura escolar? O trabalho buscou como referências teóricas autores que especificamente se dedicam aos estudos do campo da Memória, Currículo e Educação. No campo da Memória, destaco Joël Candau e a relação entre memória e a identidade; Michael Pollak e a construção da identidade social; Maurice Halbwachs e a reflexão sobre a construção coletiva da memória e Ecléa Bosi e o pensamento sobre a memória da classe trabalhadora. No campo do currículo, Ivor Goodson e Tomaz Tadeu Silva, no entendimento do currículo como uma construção social. No campo da Educação, ressalto a importância do pensamento de bell hooks que, influenciada pelas ideias de Paulo Freire, contribui para o entendimento do afeto e diálogo para construção do conhecimento. No percurso da pesquisa, realizei a leitura de um arquivo composto de oitenta e oito narrativas autobiográficas dos(as) alunos(as) e suas imagens, que contêm suas experiências vividas e compartilhadas a partir de suas seleções de memórias. Posteriormente, pude analisar e evidenciar as categorias que mais aparecem nos textos autobiográficos, como também rememorar com o olhar os aspectos individuais de cada estudante através de suas imagens fotográficas. A visibilidade e valor desse trabalho pedagógico é permitir a compreensão da contribuição da memória no processo de construção de identidade, considerando que todos os sujeitos históricos, no caso os alunos(as) e os grupos socioculturais a que pertencem, merecem ter suas Histórias, Memórias e Identidades conhecidas e valorizadas na escola.