Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Rezende, Keturiny Fernandes Marques
|
Orientador(a): |
Mathias, Érika Kelmer
|
Banca de defesa: |
Silva, Maria Andréia de Paula
,
Mendes, Marco Aurélio de Sousa
|
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora
|
Programa de Pós-Graduação: |
Mestrado Profissional em Letras (ProfLetras)
|
Departamento: |
Faculdade de Letras
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1252
|
Resumo: |
Tomando por princípio que todo processo de criação literária autoficcional pauta-se, sobretudo, na (re)elaboração, na linguagem, de fatos da vida real de quem escreve, não é difícil constatar que a escrita de si perpassa, fundamentalmente, pela noção de sujeito. O sujeito que escreve sobre si reestrutura-se nessa prática, a qual implica um movimento a que chamaremos aqui pendular: de se escrever ↔ de se ler. Partindo desse princípio, concebemos que o texto literário, em geral, e autobiográfico especificamente, desempenha um papel (re)estruturador no espaço da sala de aula de Ensino Fundamental. Nossa pesquisa desenvolve-se numa escola que tem como característica receber alunos com acentuada defasagem idade/ano e significativo quadro de exclusão de sua escola de origem por não se enquadrarem no sistema educacional tradicional; nesse sentido, sujeitos com consideráveis problemas de ordem social e pessoal, ou seja, sujeitos não somente segregados socialmente, mas dilacerados em sua constituição primeira. Partindo dessas constatações e considerando a riqueza da literatura e de seu poder (trans)formador, concebemos as seguintes questões: como o professor pode criar espaços de compartilhamento de leitura oral que contribuam para a iniciação de jovens alunos na leitura literária? De que forma a leitura em suspense de contos memorialísticos, presente nas tradições da cultura oral, pode ser resgatada no espaço da sala de aula com vistas à formação do leitor de literatura e à reestruturação do sujeito leitor? Roteiros de Leitura em Suspense, compartilhados oralmente no espaço da sala de aula, como estratégia de letramento literário é uma prática eficaz para a formação do sujeito-leitor e consequentemente para a formação dos sujeitos? Este trabalho pretende apresentar nossa pesquisa de Mestrado, na qual desenvolvemos estratégias para o letramento literário, através da roteirização e aplicação de tais roteiros na sala de aula, a partir de três contos do gênero autobiográfico memorialístico com alunos da segunda etapa do Ensino Fundamental. Nossa proposta interventiva ofereceu condições para o letramento literário desses alunos com foco na relação dialética aluno-professor-obra literária garantindo que essa prática de interação texto-leitor tivesse, também, um significado existencial para eles. Apresentamos ainda um Caderno Pedagógico, resultado prático da nossa pesquisa sobre a formação do sujeito-leitor, a interação texto leitor e o papel desempenhado pelo professor de literatura nos processos de letramento literário como mediador dos processos de construção de estratégias de leitura e preenchimento dos vazios do texto. Esse caderno também é fruto das nossas reflexões sobre a relação entre literatura e sala de aula, no chamado processo de escolarização da literatura, e questões que perpassam o leitor de literatura. Para a realização desta dissertação, temos como principais aportes teóricos o conceito de sistema autopoiético, de Humberto Maturana, as teorias sistêmicas de sociedade e de Literatura, de Niklas Luhmann e de Siegfried Schmidt respectivamente, a teoria do efeito estético de Wolfgang Iser, as concepções de letramento literário, de Antônio Cândido, Magda Soares, Teresa Colomer, Graça Paulino, Vincent Jouve, Rildo Cosson, e as concepções acerca da formação do leitor literário, de Paulo Freire, Michèle Petit, Todorov e Annie Rouxel. |