Epidemiologia da esquitossomose mansoni no distrito de Carlos Alves, municipio de São João Nepomuceno, Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Couto, Luzivalda Duarte do lattes
Orientador(a): Coimbra, Elaine Soares lattes
Banca de defesa: Rosa, Florence Mara lattes, Souza, Raquel Lopes Martins lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5429
Resumo: No Brasil, a esquistossomose é uma doença de impacto socioeconômico em vários estados, incluindo Minas Gerais. Como a maioria das pesquisas realizadas neste estado se concentra em áreas de alta endemicidade, o objetivo deste estudo foi investigar a epidemiologia da esquistossomose no município de São João Nepomuceno, que é considerada uma área de baixa endemicidade da doença e onde casos de neuroesquistossomose foram relatados. Um estudo transversal foi realizado de julho a dezembro de 2011, incluindo todos os indivíduos inscritos no Programa de Saúde da Família (PSF) do distrito de Carlos Alves, São João Nepomuceno, MG. O levantamento parasitológico da população foi realizado em ambas áreas urbanas e rurais, da seguinte forma: uma amostra de fezes foi coletada de cada indivíduo e, em seguida, processadas utilizando duas técnicas, o método Kato-Katz (KK), duas lâminas, e o método formol-éter (FE), três lâminas. 30% dos indivíduos com diagnóstico negativo KK foram aleatoriamente selecionados e convidados a fornecer uma segunda e uma terceira amostra de fezes, as quais foram processadas apenas pelo método KK (duas lâminas/amostra). Um questionário também foi aplicado à população do estudo. O levantamento malacológico foi realizado nas principais coleções hídricas e foi feita a identificação das espécies de Biomphalaria. Do total de 688 indivíduos inscritos no PSF, 503 participaram da pesquisa (73,11%). Apesar da detecção de outras infecções, S. mansoni foi o parasito mais frequente, com uma prevalência de 1,6%. Esta doença foi observada somente na primeira amostra de fezes e apenas pelo método de KK. A análise univariada mostrou que a prevalência da esquistossomose foi maior no sexo masculino, com 17,45 (1C95% = 1,09-304,21) vezes mais chances de adquirir a doença (p = 0,003), e também que o contato com a coleção hídrica aumentou 43,35 (1C95% = 2,48-756,81) vezes a chance de adquirir a doença. B. glabrata foi encontrada na região, mas nenhuma estava infectada pelo S. mansoni. Ensaios de suscetibilidade mostraram que B. glabrata do distrito foi altamente sensível á infecção com miracídios de S. mansoni. Através da técnica de Kernel foi verificado aglomerados de Biomphalaria próximos aos dos pacientes infectados. A ocorrência de B. glabrata, bem como de indivíduos com esquistossomose aumenta a necessidade de uma monitorização constante da doença na região.