O fazer docente de língua portuguesa: uma análise contrastiva dos discursos de profissionais atuantes na educação básica e a BNCC
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00122 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15195 |
Resumo: | O presente trabalho buscou investigar o fazer docente (ações e atividades cotidianas) do/da profissional de português a partir do contraste de dois discursos: a Base Nacional Curricular Comum e os relatos de 15 professoras e dois professores atuantes em redes públicas (ex-alunos do ProfLetras – UFJF). É preciso salientar que tais discursos carregam consigo pesos, vozes e forças distintas perante a sociedade. O objetivo principal deste estudo é, portanto, compreender: o que fazemos enquanto docentes e o que a Base prevê como tarefa professoral. Buscando compreender o histórico que nos conduziu à BNCC, discute-se sobre o paradoxal processo de escolarização no Brasil, assim como a democratização do ensino no país. Além disso, as ideias de Apple (2006, 2017) e Freitas (2018) nos fornecem um panorama sobre as vozes dominantes na educação em tempos atuais. Os debates acerca da construção de currículos educacionais (APPLE (1979/2006), ARROYO (2013) e SILVA (1999), SOARES (1998)) também nos fornecem discussões essenciais para percepção do que está em jogo nesses processos. Além disso, buscou-se entender o que significa ser docente de português, discutindo aspectos como a complexidade da docência, as imagens e privações sofridas, a precarização, a busca por reconhecimento, profissionalização e intelectualidade. Os procedimentos metodológicos partiram do levantamento dos frames (FILLMORE, 1977, 1982, 2009) principais em cada discurso, para posterior exercício interpretativo contrastivo. A análise do documento revelou um docente de LP reprodutor de instruções elaboradas por outrem, silenciado pelas vozes dominantes na educação. Ao docente de português, não é permitido ocupar o território de currículo. A análise dos relatos docentes, obtidos via Google Forms, revelou, em contrapartida, um profissional intelectual, participativo, que trabalha a língua a partir dos eixos do ensino de LP. Exausto pela sobrecarga de trabalho, desempenhando suas funções não apenas em sala de aula. Parece ser um objetivo silenciar aquele(a) que lida com a linguagem e pode auxiliar na construção de pensamentos críticos, autônomos e emancipatórios. A voz do profissional da educação básica sempre é a última a ser ouvida (quando é ouvida). Desse modo, faz-se necessário o investimento em cursos de formação de professores e também em cursos de formação continuada não apenas para tratar dos conhecimentos da área, mas também a fim de fortalecer debates políticos sobre nossa classe e sobre nossas vozes. Parafraseando Arroyo (2013): se não controlarmos o currículo, seremos controlados por ele. Uma formação crítica para auxiliar na formação de indivíduos igualmente críticos. |