Sobre viver: o corpo negro em poemas de Conceição Evaristo e Elisa Lucinda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Aniceto, Patrícia de Paula lattes
Orientador(a): Nogueira, Nícea Helena de Almeida lattes
Banca de defesa: Silva, Anderson Pires da lattes, Gonçalves, Ana Beatriz Rodrigues lattes, Oliveira, Maria Aparecida de, Dutra, Paulo Roberto de Souza lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Profissional em Letras CAPES)
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00075
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14115
Resumo: Concentro este estudo nas inquietações em torno das questões que problematizam a alteridade, a diferença e o gênero, a partir da estetização étnica do corpo negro presente em poemas de Conceição Evaristo e de Elisa Lucinda. Realço a importância do feminismo negro para a autoria do seu grupo étnico e defino como o epistemicídio implica uma tensão na cultura negra. É nesse contexto de poder e na relação alteritária que se dá o encontro impetuoso entre os sujeitos. Procuro destacar que é no corpo que ocorrem as representações da diferença que estão intimamente ligadas ao poder ou a seus efeitos. Para tanto, reflito sobre o corpo e a relação desequilibrada e desigual de poder, bem como sobre as significações hierarquizadas que consistem em figurar a alteridade e legitimar o racismo insidioso. Apresento, também, o esforço de intelectuais para tecer o diálogo sobre o pensamento decolonial e a resistência. Examino o erotismo como manifestação de afeto e contemplo o exercício do poder orientado pelo racismo que acaba construindo estereótipos sobre o corpo negro. Demonstro que as poetas apresentam a potencialização do racismo quando o denunciam através da questão estética e da alteridade. Concluo, por meio desse percurso reflexivo, que o sujeito poético é combativo às formas de opressão e que o seu corpo, ao escapar do terreno do corpo dócil, oferece resistência ao poder que o regula e se manifesta nos níveis mais profundos das práticas sociais. Para o desenvolvimento dessas reflexões, investigo os conceitos fundamentais que afetam o corpo negro no corpus analisado. Como ponto de partida e suporte teórico, utilizo os textos de bell hooks, Patricia Hill Collins, Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Judith Butler, Stuart Hall, Frantz Fanon, Silvio Luiz de Almeida, Djamila Ribeiro, Audre Lorde, dentre outros.