Restauração de áreas florestais próximas a corpos hídricos: uma visão microcósmica dos efeitos da diversidade de folhas sobre o funcionamento de um ecossistema aquático
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza
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Departamento: |
ICB – Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00060 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15747 |
Resumo: | A biodiversidade é essencial para a manutenção dos processos ecológicos e dos ciclos biogeoquímicos. Com a superexploração dos bens naturais e a consequente perda massiva da biodiversidade global, os estudos que avaliam o papel da biodiversidade para o funcionamento de ecossistemas (BEF, sigla do inglês para “Biodiversity and Ecosystem Functioning”) almejam entender como a perda de biodiversidade afeta os processos ecossistêmicos, com vistas à restauração de áreas degradadas. A restauração dessas áreas afeta positivamente importantes processos ecológicos fundamentais para o funcionamento de ecossistemas, como a decomposição da matéria orgânica acumulada e reciclagem de nutrientes, pois aumenta a diversidade de fontes de matéria orgânica, em comparação com áreas degradadas. Este estudo teve como objetivo verificar se a diversidade de folhas de árvores afeta a decomposição e liberação de nutrientes do ecossistema terrestre para o ambiente aquático, utilizando o reservatório da Represa de Chapéu D’uvas como modelo. Para isso, foi realizado um experimento de decomposição de folhas de árvores da Mata Atlântica, em microcosmos, simulando um gradiente de diversidade de espécies (1, 3, 6 e 12 espécies; todas com 4 réplicas). As folhas de cada espécie foram coletadas de indivíduos jovens (mudas recém-plantadas em um projeto de restauração florestal), em seguida foram secas, trituradas e lixiviadas por 72 horas em um frasco com água do reservatório de Chapéu D’uvas (Ewbank da Câmara, MG). Na sequência, o lixiviado foi incubado com um inóculo bacteriano do reservatório por 72 horas. Foram avaliadas as taxas de liberação de carbono, nitrogênio, as características ópticas da matéria orgânica dissolvida (MOD) e a respiração bacteriana pela liberação de carbono inorgânico dissolvido. Não foi registrado efeito da riqueza de espécies na lixiviação da MOD e liberação de nutrientes, mas houve diferença significativa nas taxas de lixiviação de carbono orgânico dissolvido (COD) entre as diferentes espécies de plantas. Além disso, foram registradas diferenças significativas de qualidade de MOD entre as diferentes combinações de espécies utilizadas na restauração da floresta degradada. Foi registrada uma correlação negativa significativa entre a riqueza de espécies e a respiração bacteriana. Nesse sentido, conclui-se que a qualidade da MOD tem mais influência na mineralização bacteriana do que a quantidade de COD lixiviado e que a maior diversidade de espécies resulta em menores taxas de mineralização da matéria orgânica. |