Análise da legislação sobre o uso de plantas medicinais no Brasil. Potencial químico-farmacológico de Palicourea rigida Kunth

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Moraes, Muiara Aparecida lattes
Orientador(a): Araújo, Aílson da Luz André de lattes
Banca de defesa: Manfrini, Rozângela Magalhães lattes, Araujo, Ana Lucia Santos de Matos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas
Departamento: Faculdade de Farmácia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1066
Resumo: Palicourea rigida Kunth, pertencente à família Rubiaceae, têm sido utilizada na medicina popular para o tratamento de inflamação e infecção do trato urinário e do aparelho reprodutor feminino. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial químico-farmacológico de P. rigida e verificar a sua adequação aos padrões normativos do Sistema Único de Saúde (SUS). Folhas secas e pulverizadas foram submetidas à extração em etanol. Após remoção do solvente, extrato etanólico sofreu fracionamento por partição, produzindo as frações hexânica, diclorometânica, em acetato de etila e butanólica. Foram realizadas prospecção fitoquímica, quantificação de fenóis totais e flavonoides por espectrofotometria e análise por cromatografia líquida de alta eficiência. A atividade antioxidante foi avaliada pelos métodos do DPPH, bioautografia, poder de redução e -caroteno/ácido linoléico. A toxidez aguda foi determinada e as atividades antinociceptiva (testes de contorções, formalina e placa quente) e antiinflamatória (ensaios de edema de pata e pleurisia) foram realizadas. Análise da viabilidade da inclusão da P. rigida na lista de plantas de interesse ao SUS foi verificada. Os dados foram demonstrados através da média±erro padrão. Análise de variância seguida dos testes de Turkey ou Student-Newman-Keuls foram usados para medir o grau de significância para p < 0,05. Flavonoides, taninos, cumarinas, terpenoides e esteroides, alcaloides e antraquinonas foram detectadas em P. rigida. Os fenóis totais variaram entre 3,72 e 28,05 g/100 g, enquanto os flavonoides foram de 1,95 e 14,15 g/100g. Rutina e quercetina foram identificadas nas frações em acetato de etila e butanólica, respectivamente. Usando DPPH, as CE50 mostraram valores entre 24,51 ± 0,52 a 125,79 ± 0,10μg/mL, enquanto o poder de redução produziu CE50 de 183,09 ± 1,84 a 703,14 ± 1,15 μg/mL. As porcentagens de inibição da oxidação do -caroteno foram de 24,30 ± 3,38 a 84,76 ± 1,40. O extrato etanólico inibiu as contorções abdominais em 32,88 (100 mg/kg), 34,25 (200 mg/kg) e 61,64% (400 mg/kg). Doses de 200 e 400 mg/kg inibiram a primeira fase em 13,80 (200 mg/kg) e 24,74% (400 mg/kg), enquanto a segunda fase foi reduzida em 10,52 (100 mg/kg), 22,92 (200 mg/kg) e 35,73% (400 mg/kg). Após 90 min de tratamento, doses de 200 mg/kg (36,61%) e 400 mg/kg (71,21%) prolongaram o tempo de latência. Doses de 200 e 400 mg/kg reduziram o edema de pata após 3 e 4 h de tratamento. O volume do exsudato foi reduzido em 27,18 (200 mg/kg) e 36,89% (400 mg/kg) e o número de leucócitos totais sofreu inibição de 11,94 e 24,91% nas doses de 200 e 400 mg/kg, respectivamente. Os resultados indicaram que P. rigida constitui uma fonte promissora de substâncias bioativas com atividades antioxidante, antinociceptiva e anti-inflamatória, justificando o uso popular e reunindo características importantes de interesse do SUS.