Aspectos epidemiológicos, etiológicos e da susceptibilidade aos antimicrobianos de infecções bacterianas de vias aéreas inferiores em um hospital terciário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Sotte, Daniele Maria Knupp Souza lattes
Orientador(a): Silva, Vânia Lúcia da lattes
Banca de defesa: Nascimento, Thiago César lattes, Fontes, Cláudia Oliveira, Machado, Alessandra Barbosa Ferreira, Dias, Vanessa Cordeiro
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/8238
Resumo: As infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS) representam um dos mais importantes problemas de saúde pública no mundo. As infecções localizadas no Trato Respiratório Inferior (TRI) têm grande importância pela frequência em que ocorrem e pela morbidade associadas, sendo as pneumonias as mais importantes epidemiologicamente. A ausência de um padrão ouro para o diagnóstico, que possa ser usado de rotina, o uso indiscriminado de antimicrobianos e o tratamento empírico inadequado são fatores que alicerçam o permanente desafio do correto diagnóstico e tratamento. Este estudo teve como finalidade traçar o perfil epidemiológico e etiológico das infecções bacterianas do TRI dos pacientes internados em um hospital regional de Juiz de Fora; além da determinação do seu perfil de susceptibilidade dos isolados aos antimicrobianos, auxiliando assim, no desfecho do diagnóstico e na implantação do tratamento correto, buscando diminuir a seleção de microrganismos resistentes pelo uso empírico e indiscriminado de drogas antimicrobianas. Foram utilizadas amostras representativas do TRI de pacientes internados no Hospital Regional João Penido, escolhidas nos anos de 2014 a 2016. Foram obtidas no total de 431 amostras, de diversas alas do hospital. A idade dos pacientes variou de 20 dias a 95 anos, de ambos os sexos. As amostras foram enviadas ao laboratório com a requisição de cultura, e após qualificação pelo método do Gram, seguiu-se com o isolamento, identificação dos microrganismos e perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos, de acordo com POPs do laboratório de análises clínicas e o recomendado pelo CLSI. Dos 431 espécimes clínicos, 45,2% (195/431) são da UTI Adulto, 13,9% (60/431) da UTI Pediátrica, 1,6% (07/431) da UTI Neonatal, 9,3% (40/431) da Unidade Intermediária, 7,9% (34/431) da Ala Feminina, 12,1% (52/431) da Ala Masculina, 4,6% (20/431) da Tisiologia e 5,3% (23/431) da Pediatria. Dentre as amostras, 209 foram classificadas como monomicrobianas, com o isolamento e identificação de apenas um microrganismo e 222 como polimicrobianas. Foram isolados no total, 732 microrganismos, 209 nas infecções monomicrobianas e 523 nas polimicrobianas. Pseudomonas aeruginosa foi o microrganismo mais isolado, com 25,9% (190/732), seguido do Acinetobacter baumannii com 25,7% (188/732), Klebsiella pneumoniae com 12,4% (91/732), Staphylococcus aureus com 9,2% (67/732), S. maltophilia com 5,9% (43/732) e outros com 20,9% (153/732). De acordo com o perfil de resistência, dos 732 patógenos isolados nos três anos estudados, 170 (23,2%) apresentaram fenótipos de resistência. Dentre eles, ESBL em 109 (64,1%); MRSA em 35 (20,6%), AmpC em 22 (12,9%) e detecção de MLSB em 4 (2,4%). O perfil de susceptibilidade às drogas mostrou patógenos multirresistentes tanto nos isolados de culturas monomicrobianas quanto polimicrobianas. Assim, nossos dados são altamente relevantes para os sistemas de vigilância e levantam discussões sobre estratégias para o cuidado, a contenção e o uso racional da quimioterapia.