Nossa Senhora Aparecida no discurso da igreja católica no Brasil (1854 – 1904)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Peters, José Leandro lattes
Orientador(a): Domingues, Beatriz Helena lattes
Banca de defesa: Borges, Célia Aparecida Resende Maia lattes, Souza, Juliana Beatriz Almeida de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em História
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1648
Resumo: O objetivo da dissertação é discutir de como a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi interpretada e divulgada pela Igreja Católica no Brasil entre 1854 e 1904. A data inicial refere-se à visita do bispo de São Paulo, D. Antônio Joaquim de Mello, à capela da virgem na cidade de Aparecida. Já a final faz referência ao ano em que a virgem foi coroada ―Rainha do Brasil‖, período em que a memória proposta pela Igreja já estava bem afirmada. Em sua visita, em 1854, o bispo D. Antônio propôs uma devoção mais sacramental para os brasileiros, substituindo as imagens do Santuário que ele considerava impróprias. Nesse mesmo ano, surgiram imagens representando Aparecida como uma virgem branca, projeto que foi alterado na década de 1870, quando a imagem passou a ser representada como mestiça. É justamente esse processo de mestiçagem da imagem o foco central deste trabalho. Tento demonstrar a hipótese de que a imagem apresentada em 1870 estava em consonância com a nova dinâmica social encontrada no país: os negros passando a ser considerados como parte integrante do ―povo brasileiro‖ e grande contingente de imigrantes chegando no país. Importantes nesse novo discurso assumido pela Igreja foram também as reformas pelas quais passava a instituição eclesiástica; a necessidade de um símbolo nacional em finais do século XIX; as relações entre os eclesiásticos e os membros do Estado; além da necessidade que a Igreja sentiu, nesse período, de se afirmar frente às novas denominações religiosas e políticas que emergiam no cenário nacional. Em suma, Aparecida é compreendida como resultado de negociações e não de uma imposição.