Avaliação da concentração sérica do óxido nítrico e marcadores inflamatórios de tabagistas em tratamento para abstinência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Keulen, Henriqueta Vieira van lattes
Orientador(a): Ferreira, Ana Paula lattes
Banca de defesa: Silva Fonseca, Vilma Aparecida da lattes, Luquetti, Sheila Cristina Potente Dutra lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/377
Resumo: A presente dissertação foi apresentada em dois artigos que contemplaram os seguintes objetivos: (i) avaliar a concentração sérica do metabólito de óxido nítrico (NO) em mulheres tabagistas e não tabagistas com excesso de peso e correlacionar o NO com variáveis antropométricas e com o número de cigarros/dia (artigo 1), e (ii) comparar a concentração sérica de NO em tabagistas no início e após 4 meses de tratamento para abstinência tabágica e correlacionar o NO com os marcadores inflamatórios (artigo 2). Foi realizado um estudo de intervenção, que avaliou os participantes do Centro Interdisciplinar de Pesquisa e Intervenção em Tabagismo do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (CIPIT-HU/UFJF) no início do tratamento para abstinência e aqueles que se mantiveram até o término da pesquisa após 4 meses, tanto homens quanto mulheres. Dos 159 indivíduos que iniciaram o tratamento, 86 foram incluídos no estudo. Artigo1: Para a realização da 1a fase da pesquisa, foram avaliados os exames bioquímicos, dados antropométricos e número de cigarros/dia de 20 mulheres tabagistas com sobrepeso, entre 20 e 72 anos que utilizaram o tratamento de reposição de nicotina (TRN) e foram convidadas 18 mulheres também com sobrepeso, não tabagistas, pareadas por idade, de outro projeto denominado Saúde na Balança que funcionava no mesmo local. Foram avaliados os exames bioquímicos e dados antropométricos dessas mulheres para serem comparadas às mulheres tabagistas. Os resultados apresentaram diminuição dos níveis séricos de NO em todas as participantes da pesquisa indicando que ambos os grupos podem estar sofrendo diminuição de biodisponibilidade de NO, o que pode estar relacionado com o aumento de fatores de risco para doenças relacionadas com o tabagismo e com o sobrepeso. Portanto, parece que a associação do tabagismo com o sobrepeso interfere nos níveis finais de nitrito. Artigo 2: Para a continuidade da pesquisa foram analisados os níveis séricos de NO, citocinas (IL-1, IL-6, IL-8, IL-10, IL-12 e TNF-α) e índice HOMA-IR no início e ao final do tratamento daqueles indivíduos que se mantiveram após 4 meses de tratamento (30 sujeitos, do sexo feminino e masculino – 25 abstinentes e 5 ainda fumantes). Foi observada uma redução significativa (p=0,001) do valor mediano de NO inicial de 18,80 (3,55 – 80,01) μmol/L para o NO final 8,10 (2,85 – 14,97) μmol/L após 4 meses de tratamento. Na comparação entre os dados do NO no início e no final do tratamento, os participantes que não conseguiram se manter abstinentes (9,18 ± 3,85 μmol/L) e os abstinentes (7,58 ± 3,03 μmol/L) não apresentaram diferença estatisticamente significativa (p= 0,304). Ainda considerando o status tabágico após 4 meses de tratamento (abstinente x fumante), não foram encontradas diferenças estatísticas dos valores das citocinas analisadas, mas acredita-se que essa resposta faça parte de um processo adaptativo do organismo pela redução do uso da nicotina. Dos 86 sujeitos que iniciaram o tratamento e foram incluídos nesta pesquisa, somente 25 indivíduos conseguiram se manter abstinentes, mas os 5 sujeitos que não conseguiram se abster, diminuíram o consumo de cigarros/dia. O IMC que no início já era, em média, indicativo de sobrepeso (27,84 ± 5,58Kg/m2), teve um acréscimo no seu valor final (28,63 ± 5,70Kg/m2), apresentando um aumento estatisticamente significativo (p= 0,018), potencializando o risco de sobrepeso e obesidade. Além disso, o tempo determinado para o tratamento pode ter sido insuficiente para se perceber uma melhora no estado geral dos participantes e, ainda, a utilização da TRN durante todo o tratamento pode ter sido determinante para os resultados encontrados.