Cine para todos: Imaginários e memórias do cinema no bairro Borboleta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Marques, Valéria Fabri Carneiro lattes
Orientador(a): Musse, Christina Ferraz lattes
Banca de defesa: Thomé, Cláudia de Albuquerque lattes, Brum, Alessandra Souza Melett lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Comunicação
Departamento: Faculdade de Comunicação Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11837
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo central compreender o processo de criação de sociabilidades relativas ao cinema de rua. Os cinemas de rua caracterizavam-se por serem salas dedicadas à exibição fílmica que tinham suas portas voltadas para a rua. Estas casas de espetáculo viveram seu ápice nas primeiras décadas do século XX e acabaram entrando em declínio, especialmente, a partir de 1980. Deste momento em diante, o cinema passa a ocupar as salas de shoppings centers e desloca-se o cerne da experiência com o espaço urbano para o da atividade de consumo capitalista. Na cidade de Juiz de Fora, localizada na Zona da Mata em Minas Gerais, os cinemas de rua tiveram destaque tanto espacialmente, quanto em relação à influência que exerciam nos jovens. As memórias relativas a esses espaços proporcionam um retrato da vida cultural da cidade, bem como das identidades e das sociabilidades que suscitavam. Nesta pesquisa utilizamos como objeto central de estudo as memórias de frequentadores do Cine-Theatro Paratodos, cinema do bairro Borboleta, antiga colônia alemã. Como o objeto estudado nesta pesquisa é, além de um cinema de rua, um cinema de bairro, nos interessa também perceber como se davam as relações culturais em um espaço mais periférico em relação ao centro da cidade. Dessa forma, a discussão teórica dessa pesquisa trabalha os conceitos de cité e ville, utilizando autores como Sennett (2018), Certeau (1998) e Kuster e Pechman (2014); o ato de movimentar-se no tecido urbano, bem como as relações entre memória, identidade e espaço, trabalhando com as obras de Pallasmaa (2018), Corrêa (2009) e Halbwachs (1990); as relações entre o cinema e a cidade de Juiz de Fora, na qual são utilizadas como referências os trabalhos de Musse (2008), Stehling (1979) e Ferraz (2010). A pesquisa também busca reimaginar o espaço do cinema através de depoimentos e reconstruções gráficas de como eram os interiores do Cine-Theatro Paratodos. Para trabalhar com os depoimentos utilizou-se a Metodologia de História Oral com base nas reflexões de Thompson (1992) e Worcman e Pereira (2006). Ao final deste estudo foi possível observar como o cinema mobilizou diversas sociabilidades no bairro e fortaleceu os vínculos entre a comunidade e o espaço em que está inserida.