Laterality in Psittaciformes: evaluation of behavioral and temperament aspects

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Paiva, Larissa Guimarães lattes
Orientador(a): Sant’Anna, Aline Cristina lattes
Banca de defesa: Nogueira, Selene Siqueira da Cunha lattes, Manica, Lilian Tonelli lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/18288
Resumo: A lateralidade é caracterizada como uso assimétrico dos hemisférios cerebrais e estruturas bilaterais. Em psittaciformes, pode ser expressa pela preferência de uso da visão monocular ou uso de um pé específico para alimentação. O objetivo dessa dissertação foi avaliar a lateralidade em Psittaciformes neotropicais e relacioná-la ao temperamento, emocionalidade e interações sociais através de uma revisão bibliográfica e aplicação de metodologias estabelecidas. Os objetivos específicos dessa dissertação foram: reunir informações sobre lateralidade em Psittaciformes através de uma revisão de escopo (RS) e análises bibliométricas (Capítulo 1); identificar a lateralidade em três espécies de psitacídeos (Psittacara leucophtalmus, Primolius maraca, Pionius maximiliani) e relacionar o fenômeno a aspectos do temperamento e sociabilidade (Capítulo 2). No Capítulo 1, 20 publicações foram incluídas na RS sendo que 40% delas foram realizadas na Australia, 35% nos Estados Unidos da América e 5% no Brasil. A lateralidade foi estudada em 31 gêneros de Psittaciformes, dos quais 77% ocorrem na Oceania, 16% na América e 6% na África. A predominância de uso do pé para alimentação foi avaliada em 80% dos estudos, relatando preferência média de 61% pelo pé esquerdo (variando de 5% a 100%). A preferência ocular foi avaliada em 20% dos estudos. O tópico mais investigado foi a relação entre lateralidade e cognição (20%). No Capítulo 2, os resultados apontaram a presença da lateralidade nas três espécies analisadas, ressaltando a preferência pelo olho direito. Para avaliar a força da lateralização, utilizamos o índice de lateralidade (LI), que varia de -1 (totalmente destro) a 1 (totalmente canhoto). Para a preferência por um membro pra alimentação e apoio unipodal, não houve uma direção predominante. Correlações significativas entre as preferências visuais e as dimensões do temperamento foram observadas (atividade, ousadia, ansiedade e proximidade com o ser humano). Quanto maior a atividade, menor o LI total e LI no teste de seixos e sementes, ou seja, maior a preferência pelo olho direito. As aves mais ousadas e mais ansiosas tiveram menor LI no teste de reação à pessoa, o que também resulta em preferência pelo olho direito. A última correlação representa uma maior evitação ao humano e maior o uso do olho direito (menor LI no teste do novo objeto). Não foram encontradas correlações significativas entre a lateralidade e as interações sociais positivas e negativas. Os resultados dessa dissertação acrescentam dados à literatura científica sobre a lateralidade em psitaciformes, além de revelar o panorama geral sobre o tema. Além disso, nossos achados reiteram os benefícios da relação entre lateralidade e as diferenças individuais para o bem-estar animal, possibilitando uma forma não invasiva de identificar as aves mais propensas ao estresse, medo e agressividade. Assim, é possível criar estratégias personalizadas para manejo de animais em cativeiro, levando em consideração as respostas emocionais individuais. Esse foi o primeiro estudo a identificar e relacionar a lateralidade com dimensões do temperamento em Psittaciformes.