Doença arterial obstrutiva de membros inferiores em pacientes com doença renal crônica pré-dialítica − prevalência e fatores de risco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Carmo, Wander Barros do lattes
Orientador(a): Bastos, Marcus Gomes lattes
Banca de defesa: Leite Júnior, Maurilo lattes, Paula, Rogério Baumgratz de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2874
Resumo: A prevalência das doenças cardiovasculares em pacientes com doença renal crônica (DRC) é elevada, e a taxa de mortalidade por estas patologias pode ser até 10 vezes maior neste grupo quando comparada à população geral, fato este mais evidente quando a FG atinge níveis inferiores a 60 ml/min. Esta alta prevalência pode ser justificada pela associação dos fatores de risco ditos tradicionais (comuns em toda a população) com os fatores não-tradicionais (comuns em pacientes com DRC). A doença arterial obstrutiva de membros inferiores (DAOMI), está relacionada ao mau prognóstico tanto em pacientes em terapia dialítica, transplantados ou em tratamento conservador. Além disso, o seu diagnóstico precoce encontra-se associado ao acometimento de outros leitos vasculares, como coronariano e carotídeo. Em função destas observações, optamos por estudar a prevalência da DAOMI em uma população de pacientes com DRC não dialisados, utilizando o índice tornozelo braquial (ITB) e a claudicação intermitente (CI) como métodos diagnósticos, e também, avaliar a relação de alguns fatores de risco entre os grupos com e sem a DAOMI. Foram estudados 72 pacientes. Todos os pacientes foram submetidos ao ITB, sendo considerado diagnóstico de DAOMI quando ITB <0,9. A prevalência da DAOMI foi de 37,5%, e 10 apenas 48% destes pacientes apresentaram sintoma clínico compatível com CI. Os pacientes com DAOMI eram mais idosos (65,8 ± 13 vs 53,9 ± 13,7 anos), tinham maior prevalência de doença coronariana (40% vs 10,6%) e utilizavam mais estatinas (40% vs 17%). Não houve diferença quanto à dosagem da proteína C reativa entre os grupos com e sem DAOMI. A análise de regressão logística mostrou relação entre a presença de DAOMI e idade, baixo LDLc e a CI. A alta prevalência da DAOMI em pacientes com DRC não dialítica, foi semelhante à descrita por outros autores e traz consigo um dado importante, de que a maioria dos pacientes não apresentava sintomas clínicos. A possibilidade de diagnóstico precoce da DAOMI ainda na fase assintomática, utilizando o ITB, nos faz sugerir a utilização deste procedimento na rotina ambulatorial de pacientes com DRC não dialisados.