Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Freitas, Mônica Cristina Marzullo de
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Orientador(a): |
Leite, Isabel Cristina Gonçalves
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Banca de defesa: |
Duarte, Cristina Maria Rabelais
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Guerra, Maximiliano Ribeiro
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1661
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Resumo: |
O Brasil passa por um processo de envelhecimento populacional e, com isso, seu quadro epidemiológico tende a se modificar, com aumento da prevalência de doenças crônicas, especialmente o câncer, em detrimento das infecciosas. Entre as mulheres, incluindo as mais idosas, o câncer de colo de útero caracteriza-se como um problema de saúde pública. Sendo o Papanicolaou o instrumento utilizado para o rastreio precoce da doença, torna-se de extrema relevância a realização de estudos transversais acerca da prevalência do acesso por parte da população idosa feminina a este serviço de saúde e seus fatores de associação, em Juiz de Fora – MG. Em 2010, inserido no Inquérito de Saúde realizado na zona norte do município de Juiz de Fora, foi conduzido um estudo epidemiológico de corte transversal, usando amostragem por conglomerado e simples, com mulheres a partir de 60 anos de idade. O presente estudo fez uso de quatro instrumentos para a coleta de dados: Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), escala para avaliação da capacidade funcional para realização das Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD’s) e escala para avaliação da capacidade funcional para realização das Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD’s), além de questionário semi-estruturado subdividido em características sociodemográficas, questões referentes ao estado de saúde geral da idosa, e finalmente, questões relacionadas ao histórico de realização ou não de exames preventivos em saúde da mulher. Do total de questionários aplicados, 252 (90%) mulheres responderam ao desfecho de interesse. Foi construído um modelo teórico hierarquizado agrupando as variáveis distais, referentes às características sociodemográficas, intermediárias, com questões acerca do estado geral de saúde das idosas, e as variáveis proximais, reunidas num terceiro bloco, correspondentes às práticas preventivas em saúde da mulher. A prevalência de realização do exame preventivo de Papanicolaou foi de 84,1% (IC95% 79% - 88,4%). Na regressão multivariada, três variáveis apresentaram significativa associação (p 0,05) à realização do exame de Papanicolaou: entre as variáveis do nível mais distal (Bloco 1 do organograma), a situação conjugal “sem companheiro” (idosas solteiras, viúvas, separadas ou divorciadas), com RPajustada = 3,642 (IC95% 1,465; 9,057). No segundo bloco, a independência para a realização das AIVD’s, com RPajustada = 6,932 (IC95% 2,022; 23,764). Já no terceiro bloco, referente às práticas preventivas em saúde da mulher, a realização da mamografia foi a variável de maior associação à realização do exame de Papanicolaou, com RPajustada = 2,112 (IC95% 1,140; 3,913). Na análise interblocos estas variáveis continuaram significativamente associadas com a variável de desfecho. O presente estudo sugere que o maior acesso ao exame preventivo pelas idosas apresentou-se associado mais fortemente ao grupo composto por solteiras, viúvas, separadas ou divorciadas, independentes para as AIVD’s e que também realizam ou que já realizaram mamografia. O envelhecimento populacional deve levar à reflexão quanto ao direcionamento de políticas públicas. No caso do câncer de colo de útero, deve haver incentivo à prática do Papanicolaou, a fim de se implementar uma rotina de prevenção secundária às idosas, mesmo não sendo a população alvo do rastreio atualmente. |