Viagem literária, dos diários a Dom Quixote: representações de alunos do ensino fundamental sobre o mundo da leitura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Machado, Miriam Raquel Piazzi lattes
Orientador(a): Garcia, Pedro Benjamim lattes
Banca de defesa: Migliora, Rita Rezende Vieira Peixoto lattes, Oliveira, Carlos Eduardo Rebuá lattes, Carvalho, Marlene Alves de Oliveira lattes, Andrade, Ludmila Thomé de lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Petrópolis
Programa de Pós-Graduação: -
Departamento: -
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6180
Resumo: A presente pesquisa está vinculada ao Doutorado em Educação da Universidade Católica de Petrópolis e pretende compreender os significados que os alunos apresentam em relação à literatura infantil trabalhada na escola. O letramento literário é entendido como um processo, uma construção que se dá durante toda a existência do indivíduo, em que há a apropriação da literatura enquanto uma construção cultural. (PAULINO e COSSON, 2009). A tarefa da escola seria possibilitar a apropriação da leitura literária. Esse estudo apresenta uma opção teórico–metodológica pela pesquisa qualitativa de caráter etnográfico. Para identificar o ponto de vista do outro, os significados por ele atribuídos ao trabalho pedagógico desenvolvido, busca-se desenvolver um olhar relativizador, ou seja, “um olhar descentrado, que estranha os estereótipos, buscando um ponto de vista em relação aos significados do “outro” nos seus próprios termos.” (DAUSTER, 2012, p.5). A pesquisa parte da observação dos alunos e de entrevistas semiestruturadas para construir uma descrição densa da realidade pesquisada. Os sujeitos são trinta e um alunos do 3º ano do ensino fundamental de uma escola da rede pública de ensino, escolhida pelo investimento que faz na leitura literária. Alguns importantes aportes teóricos foram buscados. Em relação à concepção de criança, Kramer (2002) e Benjamin (1994). Para aprofundar sobre a linguagem, Kramer (2002), que nos traz Vygotsky, Bakhtin e Benjamin. O conceito de leitura é tratado segundo Benjamin (1994), Chartier (2011), Garcia (2003, 2010), Kato (1997), Kleiman (1995), Larrosa (2007), Machado (2001), Magnani (1994) Manguel (1997) e Petit (2008; 2009). Em se tratando de letramento literário, Chartier (1991, 2011), Goulart (2007), Manguel (1997), Paulino e Cosson (2001) e Petit (2008). A literatura é estudada a partir de Candido (2011), Coelho (2000), Kramer (2002), Larrosa (2007, 2013), Manguel (1997), Petit (2008 e 2009), Soares (2003). Ouvir o que as crianças dizem sobre o trabalho feito na escola com os livros literários pode contribuir para novas possibilidades de articulação do trabalho pedagógico, podendo explicitar porque alguns alunos apreciam a literatura e outros não gostam de ler livros literários. Em relação aos resultados alcançados, destaco que muitas crianças têm na família o incentivo à leitura, mas o trabalho que a escola pesquisada faz enriquece essa motivação inicial e proporciona inúmeras “viagens literárias”, descritas pelas crianças. A partir das leituras que os estudantes fazem, a professora investe em leituras mais expressivas, buscando aperfeiçoar o gosto. Os alunos percebem o investimento feito pela escola em relação à leitura literária e fazem apontamentos em que constroem novos sentidos e a própria identidade.