Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Nascimento, Felipe dos Santos
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Orientador(a): |
Santos, Juliane Floriano Lopes
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Banca de defesa: |
Ribas, Carla Rodrigues
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Mendonça, Raquel Fernandes
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza
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Departamento: |
ICB – Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13063
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Resumo: |
O rompimento da barragem de rejeitos de mineração em Mariana-MG trouxe danos socioeconômicos e ambientais. Uma ação mitigadora para a recuperação do solo e da biodiversidade é a revegetação. Um dos principais obstáculos à revegetação é a presença de formigas cortadeiras, uma vez que cortam uma grande quantidade de folhas frescas para o cultivo do fungo simbionte. Por outro lado, formigas cortadeiras não devem ser reconhecidas apenas como espécies praga. Sua atividade de escavação interfere no enriquecimento do solo, contribuindo assim para o sucesso dos programas de revegetação. A escavação disponibiliza nutrientes (via deposição de matéria orgânica), evita a erosão, contribui para o desenvolvimento de raízes de plantas próximas ao ninho e promove descompactação e aeração do solo. Deste modo, as formigas cortadeiras apresentam um duplo papel no processo de recuperação de áreas afetadas por desastres ambientais. A escavação por formiga cortadeiras possui uma relação intrínseca com a dinâmica do dióxido de carbono (CO2), de modo que gradientes de concentração são usados como indicadores de locais e profundidades ideais para essa atividade. Com isso, o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito das diferentes concentrações de rejeito de mineração no processo de (i) seleção de folhas e na (ii) escavação de ninhos por Acromyrmex subterraneus. Para tanto, espécimes de Bauhinia rufa (pata-de-vaca), foram cultivadas em solo contendo diferentes concentrações de rejeito de mineração (0, 25, 50, 75 e 100%). Folhas de B. rufa foram cortadas, marcadas de acordo com cada concentração de rejeito e oferecidos em uma arena de forrageamento, conectada à colônia por uma ponte de vidro. Em seguida, registrou-se a frequência de discos transportados, até que todos os discos de uma das concentrações de rejeito testadas fosse completamente transportado pelas operária. Para comprovar o efeito novidade (atração das operárias por recursos alimentares não familiares), o teste de seleção foi realizado novamente após 60 dias do primeiro contato com B. rufa. Além disso, as folhas foram avaliadas quanto a sua espessura, teor de água, concentração de amido e carboidratos solúveis totais (CST). Observou-se que os discos de plantas cultivadas em 100% de rejeito foram os mais transportados pelas operárias, no primeiro contato e nos testes realizados após 60 dias. Porém, houve um aumento na probabilidade de carregamento dos discos com menores concentrações de rejeito, indicando a redução na preferência. Folhas de plantas cultivadas em concentrações maiores de rejeito apresentaram menor espessura e teor de água e maior teor de amido e CST. Também foi verificado a variação do fluxo de CO2 no solo in loco e em laboratório usando uma sonda com sensor infravermelho. Bem como se o fluxo de CO2 varia em função da atividade de escavação realizado pelas formigas. Para tanto, foram utilizadas amostras de rejeito misturadas com substrato fértil, previamente preparado, para obter as diferentes concentrações (0, 25, 50, 75 e 100%). Foi utilizada uma câmara hermética de escavação (contendo o solo) com uma sonda de CO2 acoplada. Nas três primeiras horas foi mensurado a emissão de CO2 do solo, e nas três horas seguintes, mensurou-se a emissão de CO2 do solo com a presença de 30 operárias de diferentes colônia (n = 50). O fluxo de CO2 in loco (Barra Longa – MG) não variou em relação às distâncias ao rio Gualaxo. O mesmo foi verificado no fluxo de CO2 não variou em função da quantidade de solo escavado (g), para qualquer concentração de rejeito de mineração, apesar da massa de solo escavado pelas operárias de A. subterraneus foi menor em solo com 100%. A partir dos os resultados obtidos é possível supor que A. subterraneus poderá prejudicar o projeto de revegetação devido à herbivoria e estabelecer ninhos próximos aos locais atingidos pelo desastre. Para garantir a manutenção e sucesso dos projetos de revegetação, é recomendado o monitoramento e controle dessas formigas e também o uso de fertilizantes nos solos atingidos pelo desastre. |