Teste de caminhada de seis minutos como preditor de descompensação clínica em pacientes com cirrose
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2021/00001 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12372 |
Resumo: | A baixa capacidade funcional está associada a maior morbimortalidade em pacientes que apresentam uma série de doenças crônicas não transmissíveis como doenças pulmonares, cardiovasculares e renais. O teste de caminhada de 6 minutos (TC6M) é uma medida de capacidade funcional geral de validade já reconhecido e amplamente utilizado em avaliações clínicas. Uma menor distância atingida no TC6M está associada a maior mortalidade de pacientes com cirrose hepática e também naqueles submetidos a transplante hepático. O objetivo deste estudo foi avaliar se o comprometimento do desempenho físico também pode estar associado ao risco de descompensação clínica em pacientes com cirrose, uma hipótese ainda não testada neste grupo de pacientes. Para isso, levantamos o questionamento sobre o TC6M apresentar capacidade preditiva para descompensação clínica da cirrose hepática (surgimento de ascite, icterícia, hemorragia digestiva alta secundária a ruptura de varizes esofagogástricas ou peritonite bacteriana espontânea) no seguimento de um ano. Trata-se de um estudo prospectivo envolvendo pacientes com cirrose hepática de várias etiologias e que se apresentavam em condições clínicas estáveis no momento de sua inclusão no protocolo. Os pacientes foram acompanhados por 12 meses após a avaliação funcional pelo TC6M, para identificar a ocorrência de descompensação clínica da cirrose neste período. As diferenças entre os grupos com e sem descompensação clínica foram avaliadas por meio do teste t. A sensibilidade e a especificidade do TC6M foram determinadas por meio da curva ROC (Receiver Operating Characteristic), da respectiva área sob a curva e seus intervalos de confiança (IC95%). O valor de corte no TC6M que melhor previu surgimento de descompensação clínica da cirrose foi determinado usando o índice de Youden e parâmetros de eficácia. Foram construídas curvas de Kaplan-Meier para avaliar a sobrevida cumulativa em consideração ao ponto de corte do TC6M e, para testar a diferença entre essas curvas, usamos o teste de log-rank. Os participantes apresentaram média de idade de 56,3 ± 10,5 anos, 65% eram homens, 65,4% foram classificados como classe A de Child e entre as etiologias da cirrose, predominaram álcool, vírus C e esteatohepatite não-alcoólica. Pela análise da curva ROC, uma DC6M menor que 401,8 metros foi o ponto de corte para prever o aparecimento de descompensação clínica em pacientes com cirrose com uma sensibilidade de 64% e especificidade de 82%. A análise de sobrevida mostrou que os pacientes que percorreram uma distância menor que 401m durante o TC6M tiveram uma taxa de sobrevida livre de descompensação de 30% em comparação com uma taxa de 75% para aqueles que caminharam mais de 401,8 m (p <0,01). Com base nos resultados obtidos, podemos concluir que a DC6M foi preditiva de descompensação clínica em pacientes com cirrose hepática no período de um ano. Um ponto de corte de 401 metros foi relacionado ao aumento do risco de descompensação clínica em pacientes cirróticos clinicamente estáveis no início do estudo. O TC6M parece ser útil para ser adicionado à avaliação prognóstica de rotina dessa população. |