Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Quintela, Hugo Felipe
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Orientador(a): |
Silva, Cristina Dias da
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Banca de defesa: |
Musskopf, André Sidnei
,
Santos, Raphael Bispo dos
,
Natividade, Marcelo Tavares
,
Costa, Sandra Regina Soares da
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11928
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Resumo: |
A partir de uma abordagem antropológica, buscou-se compreender as experiências e trajetórias evangélicas de mulheres trans em comunidades religiosas evangélicas em suas versões convencional e inclusiva. Entre 2016 a 2019, no eixo Grande Vitória – ES e São Paulo, foram entrevistadas, formalmente, com roteiro inicial semiestruturado e gravação de áudio, quinze mulheres trans e, de maneira menos formal, outras quatro, sendo que todas elas se identificavam ou já haviam se identificado como evangélicas. Com algumas das interlocutoras, o contato aconteceu apenas uma única vez; já com outras, ele foi mais intenso, com a participação em seus cotidianos, no qual os encontros deixaram de ter apenas um caráter de entrevista e passaram para uma dimensão mais de conversa e até mesmo de confidências. Contudo, o recorte central deste trabalho tem como lócus privilegiado os relatos biográficos e os testemunhos de vida de, especialmente, cinco mulheres trans – Crislaine, Mary, Mel, Jacque e Alexya –, com destaque para seus momentos de adesão às igrejas evangélicas. A ênfase em suas histórias de vida é uma tentativa de refletir acerca disso por meio da noção de trajetórias modelares, de Perlongher (1987). Numa perspectiva interacionista e considerando a heterogeneidade que caracteriza o campo evangélico brasileiro, a intenção foi, antes de tudo, buscar uma compreensão que entenda a elaboração das trajetórias como um processo dialógico imbricado ao fazer etnográfico. Para tanto, destacou-se a complexidade de cada narrativa biográfica presente neste trabalho, tendo sempre como foco as estratégias particulares de negociação e elaboração da adesão religiosa evangélica, atrelada a uma identidade de gênero entendida como dissidente, a fim de apreendermos, mesmo que em partes, formas de ser e de viver uma experiência gênero-religiosa tão específica. A partir dos relatos biográficos evidenciados, nota-se que as experiências e trajetórias evangélicas de mulheres trans, ao se inserirem em contextos evangélicos - sejam eles convencionais ou inclusivos -, colocam em xeque a homogeneidade que o discurso cristão tenta produzir nas práticas religiosas daqueles que o adotam. São mulheres que confrontam essa cena religiosa com a diferença. Elas desestabilizam o que parece fixo e hermético e, ao fazerem isso, revelam brechas entre o dizer e o fazer institucional e as múltiplas formas de se habitar as normas e por entre elas. |