Escuta a professores e professoras do ensino fundamental: uma possibilidade de trabalho com a psicanálise (?)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Nobre, Luciane Aparecida lattes
Orientador(a): Santos, Ilka Schapper lattes
Banca de defesa: Dias, Juliana Maddalena Trifilio lattes, Santos, Núbia Aparecida Schaper lattes, Clementino, Anna Carolina Lo Bianco lattes, Moura, Fernanda Theóphilo da Costa lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17539
Resumo: Esta tese, inscrita no Programa de Pós-Graduação em Educação, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora, diz de um trabalho de pesquisa desenvolvido no campo da educação a partir dos operadores teóricos e da prática clínica da psicanálise. Mais especificamente, trata-se de um grupo de circulação de palavra com professores e professoras do Ensino Fundamental da rede pública, cujo objetivo foi fazer a palavra circular em torno do fazer pedagógico e daquilo que talvez possa trazer à tona inquietações presentes nos desafios da prática docente. A proposta surgiu a partir de experiências de escuta, tendo como referência a psicanálise em espaços educativos, imbricadas ao percurso de análise pessoal. A pesquisa foi atravessada pela pandemia de covid-19 durante o período de sua realização, de fevereiro de 2020 a abril de 2022, portanto, o que pôde ser capturado das falas dos participantes foi totalmente tomado pelas peculiaridades desse momento. Como forma de produção/construção dos dados, o trabalho lançou mão dos dispositivos de anotações após os encontros e do diário de campo, que foram sendo construídos durante o percurso. A transferência, como conceito e operador na clínica psicanalítica, fundamenta a leitura do que pôde ser escutado e vivenciado na pesquisa. Freud inventou a psicanálise a partir de sua experiência com a histeria, quando compreendeu que era importante dar lugar ao sintoma, como uma das formações do inconsciente, instigando os pacientes a falar. Nesse contexto, percebeu que algo do comportamento se repetia, em ato, durante a análise, levando-o ao conceito de transferência como repetição de afetos vividos na infância com os familiares mais próximos, produzindo um laço entre analista e analisando. Lacan ampliou esse conceito trazendo a ideia de “sujeito suposto de saber” como aquilo que promove o laço entre analista e analisando. O analisando, neurótico, supõe que o analista saiba sobre ele e que vá responder às suas questões. Nesta pesquisa, entendemos que, mais do que nos momentos habituais do cotidiano escolar, a transferência pôde ser lida como um fio que possibilitou a manutenção do laço entre professores e estudantes e entre professores e a escola, além da permanência do grupo da pesquisa durante o período pandêmico.