Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Karlburger, Roberta Lopes
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Orientador(a): |
Pinheiro, Helady Sanders
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Banca de defesa: |
Bonato, Fabiana Oliveira Bastos
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Moura, Lucio Roberto Requiâo
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16822
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Resumo: |
O transplante renal (TxR) é reconhecido como a terapia substitutiva mais eficaz para pacientes com doença renal crônica em fase de falência funcional do rim. Todavia, a eficácia desse tratamento depende substancialmente da aderência aos vários aspectos do tratamento pós TxR. A não aderência às consultas ambulatoriais (NadCA) é um comportamento de risco, associado a desfechos adversos, como rejeição aguda e pior sobrevida do enxerto. O estudo multicêntrico ADERE Brasil reportou prevalência elevada de NadCA, 12,7%. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo identificar os fatores multiníveis: paciente, micro (profissional de saúde), meso (serviço de saúde) e macro (sistema de saúde) associados à NadCA após o TxR. Método: Realizou-se um estudo transversal, parte integrante do projeto ADERE Brasil, utilizando uma amostra aleatória composta por 1.105 pacientes provenientes de 20 centros transplantadores selecionados por critérios de conveniência. A seleção dos centros transplantadores abrangeu uma representação significativa das diversas regiões do país e atividade transplantadora. A aderência às consultas foi avaliada por questionário de autorrelato, baseado na recordação das cinco últimas consultas. Considerou-se não aderente o paciente que faltou a uma ou mais dessas consultas. Realizamos análise multivariada por regressão logística sequencial, pelo método de equação de estimativa generalizada (GEE) com função de ligação para avaliar a associação entre as variáveis multiníveis, seguindo o Modelo Ecológico, tendo como desfecho a NadCA. Resultados: Os pacientes estudados eram predominantemente masculinos (58,5%), brancos (51,3%) com média de idade de 47,6 + 12,6 anos. A maioria referiu ter ensino fundamental (39,1%), parceiro estável (60,1%), e renda familiar de 1 a 3 salários mínimos (52,8%). Estavam predominantemente em hemodiálise previamente ao TxR (93%), o tempo de transplante era menor que 5 anos (51,13%) e receberam enxerto de doador falecido (65,2%). Além disso, a maioria não residia na cidade do centro transplantador (68,9%), e não possuía plano de saúde privado (76,6%).Os fatores independentes associados à não aderência à frequência de consultas foram no nível do paciente: idade (OR 0,97; IC 0,96-0,99; p=0,001); mais que 5 anos pós TxR (OR 2,03; IC 1,38-3,00; p<0,001); não aderência aos imunossupressores (OR 2,41; IC 1,66-3,50; p<0,001); no nível micro (profissionais de saúde): escala de confiança na equipe (OR 0,98; IC 0,95-1,00; p<0,079), e no nível meso (centro de TxR): consultas frequentes (mensais) (OR 1,75; IC 1,10-2,77; p<0,018) e dificuldade de agendamento (OR 1,91; IC 1,16-3,17; p<0,011). Conclusões: Neste primeiro estudo avaliando fatores multiníveis associados à NadCA em TxR, encontramos além dos fatores do paciente, associação com variáveis da equipe e da prática do centro transplantador. Estes achados sugerem que as intervenções direcionadas para reduzir a NadCA em TxR envolvam medidas no modelo de cuidado focado na qualidade da relação equipe/paciente como também na dinâmica nas práticas de funcionamento dos centros transplantadores, contribuindo, para a redução dos desfechos desfavoráveis. |