Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Marsicano, Ana Carolina de Oliveira
|
Orientador(a): |
Fraga, Paulo César Pontes
|
Banca de defesa: |
Perucchi, Juliana
,
Geraldo, Pedro Heitor Barros
|
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
|
Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4081
|
Resumo: |
O ato violento, principalmente no que diz respeito ao homicídio, é percebido pelas pessoas como um ato imprevisível e de difícil compreensão, consistindo o mesmo como uma “fatalidade”, não como um fenômeno social estável e psicologicamente determinado, cognoscível e controlável. Assim, no que diz respeito às modalidades violentas de crimes, os estudos permanecem em sua grande maioria no campo da psicanálise e da biologia, reportando a explicações como a passionalidade e a psicopatia, aproximando de uma perspectiva positivista e limitada. Compreendo, portanto, o crime como criação, ato cheio de significados e sentidos, o presente trabalho aborda estudos que tratam sobre a mulher que tenha praticado homicídio. Ao estudar o crime, principalmente dentro de uma perspectiva tão pouco explorada como trajetórias de vida de mulheres que cometeram assassinato, necessário se faz extrair os estados intencionais dessas mulheres as motivações e razões desses atores e de seu mundo simbólico, fornecido pelo contexto cultural o qual nos é retratado. Partindo do entendimento do crime como um fenômeno socialmente construído, dentro de um processo histórico pontuado por circunstâncias de gênero, analisei a trajetória de vida de mulheres presas e sentenciadas pelo cometimento de homicídio. Com base nos discursos das entrevistadas, procurei, em sua globalidade, responder a duas questões principais, que são os significados que as mulheres constroem sobre o crime e sobre o processo de reclusão em suas vidas, e a segunda que diz respeito aos processos de violência associados às determinantes sociais de gênero, tanto no âmbito extra muros, quanto no âmbito intra muros. Dessa forma, procurei contribuir para o processo de resgate da voz da mulher encarcerada para os estudos do crime, demonstrando a necessidade de apresentarmos uma face dessas mulheres via de regra ocultas por estigmas, desmistificando estereótipos e revelando suas histórias para além do crime. |