Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Cerqueira, Rodrigo da Silva
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Orientador(a): |
Carrizo, Silvina Liliana
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Banca de defesa: |
Ribeiro, Gilvan Procópio
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Figueiredo, Eurídice
,
Faria, Alexandre Graça
,
Silva, Anderson Pires da
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2709
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Resumo: |
O presente trabalho tenta, mesmo que de forma breve, uma análise do projeto literário de Luiz Ruffato, intitulado Inferno provisório. É nosso desejo uma ―crítica integradora‖, que una referências da história, sociologia e teoria literária na tentativa de elucidar alguns aspectos da ficção do escritor mineiro. O trabalho se divide em quatro capítulos. No primeiro, buscamos analisar os aspectos formais de Inferno provisório, como a filiação ou não dos livros que o compõem na categoria romance; a construção do narrador, pautada pela multiplicidade de vozes na construção das narrativas e as modulações da linguagem exercidas por Ruffato adotando o que chamaremos de ―escrita migrante‖, uma escrita que se pauta pela constante variação entre os registros formal e coloquial. Ainda no primeiro capítulo, buscaremos identificar já no título do projeto literário (a junção entre os termos ―inferno‖ e ―provisório‖) instrumentos para a interpretação e reflexão crítica acerca do mundo ficcional criado pelo autor, ao que chamaremos de ―realidade da ficção‖. Os três capítulos subsequentes compreenderão análises de seis histórias presentes em Inferno provisório, tentando refletir sobre a possibilidade de, nessas, haver a ocorrência de um desequilíbrio entre idealização e realização que compreende as trajetórias das personagens criadas pelo autor. Esse desequilíbrio agirá como principal motor da ficção de Luiz Ruffato e consistirá num jogo intenso entre lugar ideal e lugar real, ou seja, ao passo em que a personagem aspira a uma mudança situacional, a realidade que a engloba e, consequentemente, a aprisiona, lança-a novamente à situação precária que a constitui. Para validar a ocorrência desse desequilíbrio, refletiremos sobre os processos de modernização na América Latina, a possibilidade de aprisionamento do sujeito pelo espaço em que vive, e a probabilidade de as personagens criadas por Ruffato tentarem sempre voltar a um tempo inatingível e, mesmo que tendo o sonho negado pela realidade, não desistirem de buscar a (impossível) saída. Tendo isso em conta, procuramos refletir que a estratégia de dar voz à personagem de pior condição financeira através da ficção dá margem ao surgimento de um discurso subjetivo que, pela constituição social dessa personagem e pela ―realidade da ficção‖ criada pelo autor, acaba sendo estéril, levando-a a inércia. |