Movimentos de leitura e escrita na disciplina de estágio supervisionado em química na UFJF

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Cabral, Wallace Alves lattes
Orientador(a): Flôr, Cristhiane Carneiro Cunha lattes
Banca de defesa: Cassiani, Suzani lattes, Marques, Luciana Pacheco lattes, Silva Junior, Carlos Neco da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/186
Resumo: Neste trabalho, apresentamos atividades desenvolvidas com os estudantes das disciplinas de Estágio Supervisionado em Química no ano de 2013 na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), discutindo e propondo movimentos de leitura e escrita que se afastam da produção mecânica dos relatórios técnicos, possibilitando (re)pensar a linguagem e a escola. As recentes reformas que ocorreram nos cursos de licenciatura, a partir das exigências da LDB 9394/96, buscam abandonar o modelo da racionalidade técnica, presente em muitos cursos de formação de professores ainda hoje. Dentre os diversos impactos deste modelo, podemos pensar na linguagem, muitas vezes, vista como transparente, apontando que o texto possui sentidos prontos e únicos esperando para serem decifrados. Dessa forma, ancoramo-nos nos pressupostos teórico-metodológicos da Análise de Discurso de Linha Francesa, buscando o afastamento da transparência da linguagem. Por meio da revisão de literatura, buscamos a articulação entra a linguagem e a disciplina de Estágio Supervisionado, investigando as possibilidades de trabalho dentro destes dois campos. Do ponto de vista metodológico, além das discussões que foram desenvolvidas nas dependências da UFJF e observações escolares, os estudantes produziram quatro relatos, os quais foram elaborados num processo dialógico de escrita e reescrita. Tais relatos foram compilados pelos estudantes em um capítulo de um livro de estágio, entregue aos professores orientadores e à direção das escolas nas quais o Estágio foi realizado. A partir dos caminhos percorridos pelos discentes, elaboramos uma roda de conversas ao final da disciplina com o intuito de perceber a influência dessas atividades em seus hábitos de leitura e escrita. Diante da transcrição da roda de conversas, categorias de análise emergiram e algumas considerações puderam ser feitas. Percebemos, nas falas dos estudantes, a dicotomia ainda existente nos cursos de formação de professores de química, nos quais as disciplinas específicas do curso de química possibilitam pensar a linguagem enquanto ferramenta e meio para aperfeiçoar os trabalhos acadêmicos. Em contraposição a isso, os universitários apontaram as disciplinas da licenciatura em Química como meio de discutir outras questões da linguagem. Com relação aos caminhos percorridos pelos estudantes na construção dos relatos, percebemos que o movimento inicial foi o de digitar palavras-chave do tema de interesse no buscador Google e selecionar os trabalhos que poderiam fazer conexões com os seus relatos. Além disso, houve a busca em disciplinas já cursadas, apontando para relações intertextuais que foram estabelecidas pelos estudantes. De modo geral, as fontes utilizadas pelos discentes foram as acadêmicas, marcando a relação de forças existente entre os textos acadêmicos e os não acadêmicos dentro das universidades. Com relação a escrita no formato de relatório ou relatos, os estudantes apontaram a preferência dos relatos na disciplina. Apostamos, neste trabalho, no incentivo à escrita na formação inicial de professores como uma porta para mudanças na educação básica.