As brasileiras no poder: uma análise das narrativas de gênero de deputadas federais no Twitter em 2019

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Deborah Luísa Vieira dos lattes
Orientador(a): Oliveira, Luiz Ademir de lattes
Banca de defesa: Leal, Paulo Roberto Figueira lattes, Pernisa Junior, Carlos lattes, Fernandes, Carla Montuori lattes, Dantas, Fernanda Argolo lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Comunicação
Departamento: Faculdade de Comunicação Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00044
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16236
Resumo: O Brasil ainda é um país marcado e permeado pela dominação masculina. Essa estrutura contribui para uma sociedade injusta e desigual, baseada na hierarquização entre os gêneros e na baixa participação feminina na política, tendo um dos menores índices na América Latina e no mundo, de acordo com a “ONU Mulheres” e a “União Interparlamentar”. Ademais, esse cenário também está refletido nos altos índices de violência contra a mulher, feminicídio, desigualdade salarial, entre outros aspectos que atingem a vida das mulheres nos espaços público e privado, como impedem as mesmas de alcançarem mais espaços no mundo do trabalho e na vida política. Ao tomar a comunicação como um espaço de construção social, formação do próprio self, disseminação de símbolos e até de tentativa de conformação social da realidade, a pesquisa visa a observar como as deputadas federais ocupam os espaços de comunicação nas redes sociais online e utilizam a arena midiática para discutir questões caras à sociedade e à democracia, como as questões de gênero. O trabalho busca investigar de que forma a dominação masculina permeia – ou não – os discursos das deputadas federais eleitas em 2018. Analisa, ainda, se as deputadas eleitas representam (ou não) as bandeiras femininas e feministas, como equidade de gênero, participação, entre outros, a partir das narrativas e discursos veiculados nos perfis do Twitter, no período de 01 de fevereiro de 2019, período referente à posse das deputadas, a 31 de julho do mesmo ano, compreendendo o primeiro semestre de atuação na Câmara dos Deputados Federal, de 15 das 77 deputadas eleitas (aproximadamente 21% do total). Como método de análise, é acionada a Análise de Conteúdo (Bardin, 2011) associada à Análise de Conteúdo Aplicada às Redes Sociais Online (Cervi, 2019; 2018). A partir da análise híbrida das publicações do Twitter, foi possível observar que, mesmo havendo um crescimento do número de cadeiras ocupadas por mulheres, estas ainda representam uma parcela branca e conservadora, que, em sua maioria, apoiou o governo Bolsonaro em pautas como a Reforma da Previdência, com alinhamento à concepção neoliberal e às construções identitárias de direita. No recorte da pesquisa, foi possível encontrar três grupos distintos: a) deputadas de extrema-direita, alinhado a pautas neoliberais economicamente e conservador nas pautas de costumes, condenando o feminismo e pautas progressistas. Este grupo alinhou-se ao governo Bolsonaro como base de apoio. A partir da observação de deputadas, que, por vezes, ficam às sombras da mídia tradicional, foi possível identificar o pequeno avanço nas pautas femininas e feministas, com maior diálogo com a manutenção da dominação masculina. Ou seja, a maior inserção de mulheres na política não reflete diretamente em mais políticas públicas para as mulheres. Outro achado importante foi o fato de o tema “mulher” aparecer apenas no discurso de 3 das 15 deputadas investigadas, o que reflete que essa não é, necessariamente, uma preocupação das deputadas eleitas, presentes no recorte.