Imagem corporal na infância: uma investigação qualitativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Cipriani, Flávia Marcele lattes
Orientador(a): Ferreira, Maria Elisa Caputo lattes
Banca de defesa: Grincenkov, Fabiane Rossi dos Santos lattes, Morgado, Fabiane Frota da Rocha lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3798
Resumo: Objetivo: Investigar atitudes (crenças, comportamentos, afetos e satisfação corporal) relacionados à imagem corporal de crianças de 06 a 08 anos de idade, da cidade de Juiz Fora, MG. Método: Participaram da pesquisa 32 meninos e 32 meninas, estudantes de escolas públicas, com média de 7,15 (DP= 0,64) anos de idade. As crianças foram separadas em 8 grupos, 4 compostos apenas por meninas e 4 por meninos. Cada grupo contou com 8 indivíduos participantes. Foi utilizada a técnica de Grupo Focal. As reuniões aconteceram em dias alternados e tiveram a média aproximada de 60 minutos de duração. As sessões foram gravadas em áudio e vídeo e, posteriormente, transcritas na íntegra para análise. Os dados obtidos foram tratados com a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin (2010) e com estatística descritiva. A massa e a estatura corporal foram mensuradas para estimar o estado nutricional dos participantes. Resultados: Verificou-se, a partir das categorias, Autorretrato e Aparência Corporal, emergidas dos temas e vocábulos expressos nos comentários das crianças participantes, que, desde a infância, a relação estabelecida entre o corpo, a família, os amigos e a mídia resultam em consideráveis influências socioculturais à dimensão atitudinal voltada à imagem corporal na infância. Crenças, pensamentos e sentimentos com o corpo emergiram nos grupos focais, o que corrobora a possível insatisfação corporal desde a mais tenra idade. Os resultados da pesquisa evidenciaram significativas semelhanças e diferenças entre meninos e meninas, no que tange ao constructo multifacetado da imagem corporal. Os meninos se mostraram preocupados principalmente com a definição do corpo, sobretudo, do abdome, com a muscularidade e cor da pele. Habilidades e superpoderes também foram salientados como relevantes aos personagens masculinos da mídia. As meninas se preocuparam mais com os cabelos e com a magreza. A frequência à academia para o alcance de um corpo ideal, bem como a importância dos acessórios, dos calçados e das vestimentas foram ressaltados por ambos os sexos. Comentários dos meninos voltados à sexualidade mereceram destaque na pesquisa. Salienta-se que a mídia foi considerada como um dos principais fatores de risco ao estereotipo de corpo ideal e consequente insatisfação com a aparência. A preocupação com os comentários e a aceitação dos amigos foi um fator que emergiu dos grupos. Ademais, as similaridades com o corpo e as preferências associadas à família emergiram em diversos momentos. Considerações Finais: Embora este estudo qualitativo não intencione generalizações, seus achados ressaltam a importância de considerar que estratégias de prevenção devem ser valorizadas nas escolas e com as famílias para que favoreçam, integralmente, os aspectos do desenvolvimento humano e a formação da criança, considerando a imagem corporal positiva.