Tendência da mortalidade por doenças respiratórias relacionadas à influenza em idosos de Minas Gerais, 1980 A 2010

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Ferreira, Josyanne da Rocha lattes
Orientador(a): Ribeiro, Luiz Cláudio lattes
Banca de defesa: Campos, Estela Márcia Saraiva lattes, Latorre, Maria do Rosario Dias de Oliveira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/944
Resumo: O envelhecimento produz mudanças fisiológicas e funcionais que podem reduzir a capacidade funcional e aumentar a vulnerabilidade do idoso em relação às doenças respiratórias. Em Minas Gerais, estas se configuram como a segunda causa de internação e a terceira de morte entre os idosos. Dentre essas afecções, destacam-se as relacionadas à influenza, cuja principal estratégia para redução do seu impacto é a vacinação anual, inserida no calendário vacinal brasileiro em 1999. O objetivo do estudo foi analisar a tendência da mortalidade por doenças respiratórias relacionadas à influenza nos idosos do Estado de Minas Gerais, 1980 a 2010 e comparar o comportamento dessas séries temporais no período anterior e posterior à inserção da vacina contra influenza no calendário vacinal. Trata-se de estudo ecológico de séries temporais, com utilização de dados sobre mortalidade por doenças respiratórias relacionadas à influenza de indivíduos com mais de 60 anos, residentes no Estado de Minas Gerais. O indicador utilizado foi taxa de mortalidade por causas específicas, por faixa etária (60 a 69 anos, 70 a 79 anos e 80 anos ou mais), sexo e macrorregião de residência. Para as comparações entre as macrorregiões de saúde, sexo e períodos estudados, as taxas de mortalidade pelas causas selecionadas foram ajustadas pela faixa etária, conforme a técnica de padronização pelo método direto (população padrão: Minas Gerais, 2010). A análise da mortalidade foi realizada por meio da descrição das taxas ao longo do tempo e também por meio da comparação da tendência através de modelos de regressão linear. Os modelos foram ajustados pelo percentual de óbitos por causa mal definida e, para o período posterior a inserção da campanha, também pela cobertura vacinal. O nível de significância adotado foi de 5%. Foram utilizados dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade, Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As análises das tendências da mortalidade por doenças respiratórias relacionadas à influenza nos idosos de Minas Gerais realizadas sugerem um impacto positivo da intervenção vacinal contra a influenza na redução da mortalidade. Taxas mais elevadas foram observadas entre os homens e nos idosos com idade mais avançada, independentemente do sexo, para Minas Gerais e suas macrorregiões e analisando todo o período, as tendências das taxas de mortalidade apresentaram-se crescentes. Ao comparar o período anterior e posterior à inserção da vacina, para Minas Gerais e suas macrorregiões, evidenciou-se no período anterior uma tendência significativa crescente das taxas e inversão ou estabilização da tendência no período posterior, com exceção da macrorregião norte, em que a tendência permaneceu crescente. Observaram-se variações regionais em relação às taxas de mortalidade, qualidade dos dados do SIM e cobertura vacinal entre as macrorregiões estudadas. A mudança na tendência da mortalidade por doença respiratória relacionada à influenza após as campanhas vacinais sugere um efeito protetor na mortalidade dos idosos de Minas Gerais e fomenta o debate sobre a imunização desse grupo populacional e o aprimoramento das políticas considerando as diversidades regionais.